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Incêndio atinge prédio em construção em Recife Segundo o Corpo de Bombeiros, ainda não há informações sobre vítimas

  Um incêndio atingiu um prédio em construção no bairro da Torre, zona oeste do Recife, na noite desta quinta-feira (28). Segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, ainda não há informações sobre vítimas.  Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o incêndio de grandes proporções. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 20h05min da noite de hoje. Inicialmente, foram enviadas quatro viaturas ao local: duas de combate a incêndio,  uma plataforma e uma de comando operacional.  Por questão de segurança, a Neoenergia, concessionária de energia que atende a região, informou que desligou preventivamente a rede elétrica nas imediações do edifício. “Equipes da distribuidora permanecem na localidade auxiliando os trabalhos do Corpo de Bombeiros. O serviço na área será imediatamente restabelecido assim que houver condições segura para a população”, informou a empresa.  O prefeito do Recife, João Campos, disse que acionou o Centro de Operações do Recife (COP) para monitorar os e

DOCUMENTÁRIO SOBRE LENDAS DO FORRÓ DE RAIZ TEM ESTREIA NA ROMARIA DE JUAZEIRO DO NORTE E CRATO

"A Rainha e Seus Reis de Barro", a vida e história de Marivalda Kariri e de outros três ícones da cultura viva do Ceará.

           O filme “A Rainha e Seus Reis de Barro”, é um longa-metragem cearense, para cuja produção os realizadores percorreram cinco estados brasileiros, e que narra a história de vida dos mestres da música e cultura de raiz cearense: Marivalda Kariri, Messias Holanda, Pedro Bandeira e Zé do Manu. O Documentário levou quatro anos de produção e percorreu os Estados do Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rondônia, Amazônia e Rio de Janeiro. 

          A projeção do filme, evento que conta com apoio da Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte e da Prefeitura Municipal de Crato, será realizada nos dias 9 de setembro, na praça Padre Cícero (Juazeiro do Norte) e no 11 de setembro no Largo da RFFSA (Crato). O ingresso para amas as sessões é libre e gratuito, esperando-se um público aproximado de 12 mil pessoas.

Acrescentando que o longa-metragem teve uma boa parte da sua narração gravada no Cariri cearense, expondo a riqueza cultural e religiosa da região, e incluindo filmagens do show “Crato: Terra Paixão do Rei do Baião”: um concerto em homenagem aos 100 anos de Luiz Gonzaga que convocou mais de 6 mil pessoas no referido prédio cratense, em novembro de 2012. E destacando que, uma das principais figuras retratadas no filme é a do poeta/cantor Pedro Bandeira, verdadeiro ícone da fina arte caririense.

Link do trailer oficial do filme: 

https://www.youtube.com/watch?v=F24Ku7w9gYM


Argumento

            O que resta a uma artista, do nordeste brasileiro, não muito letrada, com mais de 70 anos, no mundo dominado pelos meios de comunicação de massa, internet e pelo consumo imediato e descartável da produção artística? Qual o sentido em ser artista longe do público, sem o reconhecimento esperado? Que sentido tem a vida quando, em nome do sonho particular de multiplicar sonhos, se é exilado, obrigado a afastar-se dos seus, a falsear o seu discurso em duplo sentido? O que foi dito pela artista que foi calada pela ditadura? O que calou no público? Que público? Teria valido a pena a distância da família e a perda de um filho? Ao ser laureada com a vitória sobre um câncer, depois de desenganada pelos médicos, que sentido tem a vida? Afinal, ao despojar-se, o artista precisaria de algum sentido pra si enquanto busca dar sentido para os outros? Mergulhada em indagações e sem nenhuma resposta, Marivalda Kariri se aventura na busca de lembranças que porventura persistam, refazendo o trajeto de sua vida, tentando achar sentido.


​Encenação da vida de Marivalda e seu filho Daniel, vítima da droga.
Sinopse

O filme é ambientado entre os anos 50 e os dias atuais. As filmagens já percorreram o Ceará (Fortaleza, Milhã e Região do Cariri), Pernambuco (Recife), e São Paulo-SP, e para a conclusão Região Norte do Brasil, comunidades ribeirinhas nos estados de Rondônia e Acre. onde se concentra altíssimo numero de população cearense, onde Marivalda e Messias Holanda os alegraram com seus shows  principalmente nas comunidades dos seringais e garimpos, podendo os trazê-los de volta ao ceará através das telas do cinema, relatos dos artistas e personalidade atuais, se mesclam às representações das lembranças da artista em sua caminhada. São takes em flashback, nada lineares, moldando o retrato de encontros e despedidas da farta experiência de  Marivalda e seus parceiros de vida.

            É no Cariri, terra que lhe rendeu o sobrenome artístico, mais precisamente em Juazeiro, que Marivalda vem render graças pelas bençãos alcançadas. Sim, após a vitória sobre um câncer ela considera que nunca é demais agradecer. Mas é aqui, no Cariri, que ela percebe que lhe falta algo: as despedidas deixam vazio estampado em lembranças rotas. Onde Pe. Murilo, que a teria batizado de Marivalda Kariri? Onde o registro de seu Trio Kariri? As pessoas da época de sua viagem com o deputado José Abreu, antes da Fundação do Centro de Tradições Cearenses (CTN) ,em São Paulo? Marivalda procura na geografia do Cariri sinais do que perdura em seu coração.
Sumira entre as pessoas comuns ou fora riscada do mapa ainda em vida? A mulher está aqui. E a artista?

Em Juazeiro começa a peregrinação da mulher em busca da artista. Mais que lembranças, ela precisa da constatação física que a permita reviver o que ainda está aceso em seu peito e precisa ser partilhado com sua gente. Foi desse barro do nordeste que ela saíra, da velha Milhã, sendo moldada mundo afora. Mais que molde, o que não lhe faltou foi inspiração para se tornar a artista. Sua obra repercutiu pelos quatro cantos. Mas persistirá além de suas lembranças. Uma rainha de barro, queimada no forno da superação, deveria encontrar seu pares, quem sabe, seu reis nessa longa caminhada. Aqui é a um passo de Exú, onde nasceu o grande mestre com quem partilhou momentos importantes na vida e no palco: Luís Gonzaga. Ele fora, sem dúvida, um rei. Mas, para ela, um modelo a ser seguido e aquele que lhe apontara mudanças decisivas em sua vida, como a incursão e permanência na Região Norte durante tantos anos.


Messias Holanda falando em rádio de Juazeiro do Norte sobre o filme.

            A Forrozeira da Amazônia , como fora conhecida, vive seu auge com o reconhecimento de toda a Região Norte, principalmente das populações ribeirinhas e garimpos. Cada causo... Existirá o Tonhão? As embarcações e buracos onde cantara, em que se transformara. Entre Acre, Rondônia, Marivalda busca os resquícios daquele período que ela considera o auge de sua carreira. Ali, em pleno período da ditadura, tendo suas músicas censuradas, ela criara uma fita demo que se multiplicara em mais de oitenta mil e depois se transformara em um LP, com as músicas: Mulher de Garimpeiro, Toco Cru, Pintainho no Galinheiro (Pinto pelado) Lambada Lambida entre outras. Relembrar tudo aquilo, reencontrar personagens parece fazer sentido. Mas não ficou nada de si - ou quase nada, naquela gente. Tanta coisa que também ficou na iminência...
de acontecer. A vantagem de ser de barro é que as lágrimas amolecem a carne para ser adaptada a novas condições, as mais adversas. Rainha de si, pagara o preço alto em tempos de mulheres submissas aos seus homens.

            Em Recife- PE, no Bom Pastor, além de reviver a orfandade. Como foi cantar pela primeira vez na coroação de Nossa Senhora.Hoje, são outras as meninas, mas tantas Marivaldas espalhadas pela terra, orfãs de mãe e filhas de sonhos. Fora Jackson do Pandeiro, com quem dividira o palco, que plantou a semente da rebelião: para ser artista ela precisava fugir. Aos 15 anos, fugir? Pra onde? Com quem? Não, melhor começar de onde partira: de sua Milhã. Casaria para sair da casa do pai e, na lua de mel, fugiria. Não contava com a esperteza de sue primeiro marido que a exilara do mundo, limitando-a a procriadora. Mas além de 04 filhos ela multiplicara em mais de quatrocentas as cabeças de galinha e outro bichos que lhe renderam para a fuga em definitivo.


Marivalda e o Grupo Kariri com o poeta Pedro Bandeira (2011).

            Diz-se que no Ceará existem mais poetas que leitores. Pode-se, a partir da premissa, ir além na generalização em virtude do grande número de talentos em várias áreas. Mas de onde vem tanta inspiração. O povo traria em seu inconsciente coletivo a exacerbação latina romanceada mundo a fora? Seriam as circunstâncias a moldarem esses atores natos no palco da vida? E que tipo de artista é esse? Artista popular? Popular de pop ou popular de pobre?

            Nas feiras, nos palcos e embarcações ribeirinhas, rasgando o nordeste, o norte, o sudeste, Marivalda compôs e se recompôs. A convivência monitorada com os filhos, os interesses políticos, o preconceito coma mulher, com a artista, com sua música e com sua condição, a sua fé... Fatores que foram moldando a personalidade de uma mulher guerreira, de fibra, à frente de seu tempo, mas que, ao mesmo tempo, foram ato-reflexo diante das adversidades; resoluções instintivas, despidas  da intenção de sentido, resposta à dor, a falta .

            Talvez no entorno, no empenho social, na criação de oportunidade às crianças do sertão e dos garimpos estivesse a resposta para sua angústia. A resposta para Marivalda e para o filme se darão no desenrolar da história, cujo roteiro será desenvolvido a partir do Livro (Anexo I) e das descobertas características do seu lado documental.

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