A redução do pessimismo econômico no exterior e as apostas sobre os juros no Brasil fizeram o dólar ter o segundo dia consecutivo de queda expressiva. A bolsa de valores recuou pela primeira vez após três altas seguidas. O dólar comercial encerrou esta terça-feira (23) vendido a R$ 5,13, com recuo de R$ 0,038 (-0,74%). A cotação chegou a iniciar em alta, atingindo R$ 5,18 nos primeiros minutos de negociação, mas inverteu o movimento após a abertura dos mercados nos Estados Unidos. Na mínima do dia, por volta das 15h30, chegou a R$ 5,12. A moeda norte-americana está no menor nível desde o último dia 12, quando tinha fechado em R$ 5,12. A divisa acumula alta de 2,29% em abril e de 5,7% em 2024. Na semana passada, o dólar chegou a aproximar-se de R$ 5,30. No mercado de ações, o dia foi mais tenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 125.148 pontos, com queda de 0,34%. O indicador chegou a subir durante a tarde, mas não sustentou a alta, por causa da queda do preço do ferro no mercado i
Festival Rabecas da Tradição acontece nas quartas-feiras de novembro, sempre ao meio-dia, no Cineteatro São Luiz, com oito grandes rabequeiros cearenses
O Festival Rabecas da Tradição, com curadoria do jornalista, pesquisador e professor Gilmar de Carvalho e do fotógrafo Francisco Sousa, convida o público a um encontro com a cultura popular e com oito grandes rabequeiros cearenses, de seis municípios, nas quartas-feiras de novembro, sempre ao meio-dia, no Cineteatro São Luiz, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult). Com entrada franca, o público poderá aplaudir dois mestres da rabeca em cada uma das quartas-feiras, dias 9, 16, 23 e 30 de novembro, sempre de meio-dia às 13h.
A proposta é trazer para o Centro de Fortaleza este toque que animou festas nos terreiros das fazendas, que acompanhou reisados e danças de São Gonçalo e que serviu de trilha para dramas e teatro de bonecos em vários municípios cearenses, durante muitos anos. Tudo ao acesso do público, em um dos mais movimentados pontos da capital, com uma opção de programação cultural de qualidade para quem passa pela Praça do Ferreira e pelas ruas do Centro, no intervalo para almoço, em um encontro com nossa arte e nossa identidade, em uma dos mais belos e significativos equipamentos culturais do País.
"A rabeca não é um violino tosco ou mal acabado. É um parente próximo do violino, com o mesmo formato, as mesmas quatro cordas e a mesma afinação, ressalta Gilmar de Carvalho, sobre o mítico e sedutor instrumento. "A diferença entre rabeca e violino é a liberdade que têm nossos luthiers, os fabricantes de instrumentos de corda, sertanejos para recorrer ao que têm à mão para fazer som", acrescenta o professor, frisando que as rabecas são feitas de vários tipos de madeiras, e de várias formas (cocho, com as laterais encurvadas na água). E ainda com latas de pólvora secas, com a reutilização de panelas e até com canos de pvc, como as de Chico Barbeiro, de Baixio, fronteira com a Paraíba.
Programação: rabequeiros no São Luiz
Nas quatro quartas-feiras do evento, com entrada franca, se apresentarão, dia 9 de novembro, os rabequeiros Raimundo da Chicosa, de Mombaça, e Luiz Bigode, de Pedra Branca. Raimundo foi profissional do instrumento, quando jovem. Bigode ainda hoje faz da rabeca sua forma de expressão musical.
Dia 16 de novembro será a vez de dois rabequeiros de Independência. Zé Barroso vem da Cachoeira do Fogo, lugar mágico, onde a rabeca ganhou inclusive uma orquestra. Zequinha Nóbrega, do clã da Várzea do Toco, toca profissionalmente, ainda hoje, organizando festas nos finais de semana e animando o público nos forrós da Terceira Idade.
Dois rabequeiros de Quiterianópolis serão as atrações do dia 23 de novembro. Luiz Adão, dublê de agricultor e músico, tem experiência de reisado e toca nas festas da sua cidade. Antonio Lourenço, nascido em Pedra Branca, migrou para Quiterianópolis. São amigos, vizinhos e estabeleceram uma cumplicidade que se completa no toque.
Dia 30 de novembro será a vez de Chico Barbeiro, de Baixio, criativo, improvisador, um verdadeiro "showman", que faz seu próprio instrumento a partir de canos de pvc e pedaços de madeira. Chico terá a companhia de Dona Ana Sá de Oliveira, de Umari, a única mulher dentre os 184 rabequeiros levantados em todo o Ceará. Ela toca um violino parisiense, que foi de seu pai, pequeno proprietário rural de Umari.
Da pesquisa ao festival
O Festival Rabecas da Tradição parte da pesquisa sobre rabecas, performance e luteria, que vem sendo desenvolvida, desde 2004, pelo jornalista e professor Gilmar de Carvalho, e pelo fotógrafo Francisco Sousa. A pesquisa ganhou o Prêmio Nacional Rodrigo Melo Franco, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2014.
"Será uma oportunidade de fruir estes toques de rabeca, em uma das nossas principais e mais belas salas de espetáculo, o Cineteatro São Luiz", complementa Gilmar de Carvalho, reforçando o convite ao público para o Festival Rabecas da Tradição.
SERVIÇO:
Festival Rabecas da Tradição. Apresentações de rabequeiros cearenses nas quartas-feiras, 9, 16, 23 e 30 de novembro, sempre ao meio-dia, no foyer do Cineteatro São Luiz, equipamento da Secult. Entrada franca.