Iniciativa da classe artística, em parceria com a Biblioteca Estadual do Ceará (Bece) e com o Theatro José de Alencar (TJA), o “Sarau Ceará Mestiço”, em homenagem ao escritor cearense, dramaturgo, folclorista e ativista da cultura popular, Oswald Barroso, irá reunir mais de 20 artistas no próximo dia 26 de abril (sexta-feira), das 19h às 21h30. O evento acontecerá no palco da Praça Mestre Boca Rica. Organizado pela poeta e produtora cultural Marta Pinheiro, o Sarau será composto por intervenções literárias, musicais e teatrais de nomes como: Adriano Kanu, Alan Mendonça, Almir Mota, Apá Silvino, Calé Alencar, Carri Costa, Dalwton Moura, Ernesto Cartaxo, Eugênia Neri, João Pirambu, João Victor Barroso, Jon Soarez, Júlia Barros, Klévisson Viana, Marta Pinheiro, Parahyba de Medeiros, Pingo de Fortaleza, Raymundo Netto, Rejane Reinaldo, Ricardo Pinheiro, Rosemberg Cariry e Vanéssia Gomes. O nome do evento é uma alusão ao “Ceará Mestiço”, livro homônimo publicado por Oswald em 2019. Nele,
O primeiro secretário da mesa diretora do Senado, senador José Pimentel (PT-CE), concedeu entrevista, nesta quinta-feira (2/2), em Brasília, sobre a eleição para o cargo. Pimentel afirmou à rádio O Povo/CBN, de Fortaleza, que sua indicação respeita o critério da proporcionalidade e resulta dos votos obtidos pelo PT nas eleições para o Senado, em 2010 e 2014.
O senador também falou sobre a importância de os três senadores cearenses assumirem funções de destaque no Senado. Eunício Oliveira foi eleito presidente do Senado e Tasso Jereissati é cotado para assumir a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Leia a íntegra da entrevista de Pimentel
O que motivou o senhor a compor a mesa do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE)?
Pimentel: Primeiro não é a mesa do senador Eunício, é a mesa do Senado Federal. Em segundo lugar, o preenchimento da mesa do Senado é resultado das urnas de 2010 e 2014, que assegura no Regimento Interno do Senado Federal e na Constituição Federal o princípio da proporcionalidade. Portanto, em respeito àqueles que votaram na esquerda, em respeito ao voto do cidadão cearense e brasileiro, desde quando o Partido dos Trabalhadores tem assento no Senado Federal, participa da mesa. E este resultado das urnas que o PMDB teve é que assegura ao PMDB a indicação do primeiro nome. Portanto, é um equívoco dizer que é o Senado do Eunício Oliveira. O Eunício representa o PMDB com os votos que ele teve e eu represento o Partido dos Trabalhadores com os votos que o PT teve.
Sobre o papel do primeiro secretário da mesa diretora do Senado no debate da reforma da Previdência Social.
Pimentel: O papel do secretário da mesa é executivo. O papel do senador José Pimentel é outro. Quem constrói a agenda de votação é o colégio de líderes, presidido pelo presidente do Senado, e nós do Partido dos Trabalhadores temos muita clareza da nossa função nesse momento de retirada de direitos. Nós defendemos um projeto de crescimento econômico com inclusão social e distribuição de renda. Fizemos isso durante 13 anos e eu tive o privilégio, no governo Lula, de ser ministro da Previdência Social. Na minha gestão nós montamos um processo para atender bem as pessoas. E, acima de tudo, a previdência pública urbana do INSS, que é a contributiva, teve saldo positivo de 2008 a 2015. O desastre do resultado da Previdência é de 2016 para cá, resultado de um governo conservador e ilegítimo.
Sobre a proposta de reforma da Previdência.
Pimentel: A minha posição é muito clara. Vamos defender tudo que nós desenvolvemos durante o governo Lula e Dilma e quando fui ministro da Previdência Social. É com este olhar, de “nem um direito a menos”, que nós vamos conduzir esse debate. E é verdade, o golpe de estado dado em 2016 foi feito para retirar as poucas conquistas que a classe trabalhadora teve no Brasil, que é da tradição conservadora do estado nacional.
Sobre a presença de três senadores do Ceará em cargos relevantes do Senado Federal.
Pimentel: O preenchimento de espaços no estado nacional foi uma luta permanente das cinco regiões brasileiras. Eu vejo aqui a imprensa do Sul, do Sudeste, quando eles emplacam um ministro nas cortes do poder Judiciário, quando eles conquistam um espaço aqui no parlamento e até através de um processo ilegítimo e de golpe que os leva para a Presidência da República, eles divulgam e valorizam. Lamentavelmente, nós da região Nordeste, não temos essa capacidade política de compreender, [que] se os vários extratos sociais estiverem no papel do Estado, a possibilidade de diminuir as desigualdades regionais, como aconteceu no governo Lula, de melhorar a qualidade de vida do povo cearense e nordestino, é muito maior. Infelizmente, a compreensão de setores da imprensa do Nordeste não chegou ainda a esse ponto. Por isso, a gente sofre bastante.
Sobre o trabalho conjunto do senador Pimentel, do PT, com senadores do PMDB e do PSDB.
Pimentel: O primeiro registro é que a ida do Partido dos Trabalhadores para a primeira secretaria é resultado das urnas de 2010 e 2014 que assegura o espaço na mesa do Senado Federal. O segundo fator é que os três senadores do Nordeste pela bancada do Ceará trabalham juntos na defesa dos interesses do Nordeste e do Ceará. Dois exemplos concretos dessa atuação: no final de 2015, o governador Camilo Santana manda para cá (Senado) um empréstimo de 800 milhões de dólares que é exatamente as rodovias do Programa Ceará Ponta a Ponta. Em 48 horas, este senador e os dois outros do Ceará votamos essa matéria por unanimidade, apesar da resistência de senadores das regiões Sul e Sudeste. Veio para cá, no mês de agosto de 2015, o Projeto São José III, no valor de 300 milhões de dólares, que é exatamente o programa de convivência com a seca e um conjunto de ações voltadas para o agricultor familiar e as regiões mais pobres do Ceará. Em 48 horas, o projeto foi aprovado por unanimidade, através do trabalho de José Pimentel, Eunício Oliveira e Tasso Jereissati. Portanto, os três senadores têm posição clara que o nosso papel é defender os interesses do Ceará e do Nordeste.