Mais de 90% dos fuzis apreendidos no ano passado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro foram fabricados em outros países. O maior número de apreensões ocorreu em áreas do estado onde há disputas de território entre facções criminosas rivais. As duas constatações fazem parte de um estudo da Subsecretaria de Inteligência (SSI)da Secretaria de Estado de Polícia Militar, que analisou a apreensão de 492 fuzis em 2023. Um aspecto abordado no estudo da SSI diz respeito à marca dos fuzis apreendidos. Dos 492, 199 são da marca norte-americana Colt. Foram registrados no estudo 194 fuzis sem marca, ou seja, armas que entram no país ou no estado separadas por peças e montadas por armeiros envolvidos com as organizações criminosas. As demais armas apreendidas são de 43 marcas diversas, praticamente todas de países do Hemisfério Norte. O estudo da SSI mostra que as apreensões se concentraram com maior intensidade nas áreas integradas de segurança pública (AISPs) da zona oeste da capital e da Ba
Cobertura especial: VI Festival de Jericoacoara debateu neste domingo cinema e futebol. Nesta segunda se encerra a Mostra de Curtas-metragens
O VI Festival de Cinema mudou a rotina de Jericoacoara neste final de semana, com filmes, oficinas e debates, sempre com entrada franca. Neste domingo, 11/6, a programação começou pela manhã, com a exibição do filme "Trem da Alegria", mais recente produção do cineasta cearense Francis Vale, diretor do festival. O filme aborda a história do time de futebol fundado pelo ex-jogador profissional Afonsinho e por outros craques brasileiros, para excursionar por vários estados, de forma amistosa e popular, reunindo multidões para exibições especiais de boleiros e grandes artistas da música popular brasileira - entre eles, o cearense Raimundo Fagner e o carioca Paulinho da Viola.
A exibição do filme foi seguida de debate com Francis Vale e Afonsinho, além dos cineastas reunidos em Jericoacoara pelo festival, desde a última quarta-feira, 7/6. O filme, que destaca a coragem de unir música e futebol como temas de reuniões concorridas em várias cidades em plena ditadura militar, também conta com a participação do ex-jogador Serginho Redes, o Serginho Amizade, radicado no Ceará, e dos compositores Fagner, Paulinho da Viola, Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor, Abel Silva, entre outros.
À tarde, continuaram a Mostra Infantil de Cinema e a Oficina de Cinema Digital. Na noite deste domingo aconteceu a exibição de mais cinco dos 30 filmes da Mostra Competitiva de Curtas-metragens. Tudo com entrada franca, democratizando o acesso à nova produção audiovisual do Ceará e do Brasil.
A noite foi também de homenagens ao jornalista e crítico de cinema Ismaelino Pinto, do Pará, e ao cineasta e professor da UFPB João de Lima Gomes, da Paraíba. Ambos receberam das mãos do diretor do festival, Francis Vale, o Troféu Pedra Furada, pelas contribuições à difusão do cinema independente, especialmente das regiões Norte e Nordeste, e pela formação de novos realizadores do audiovisual brasileiro.
Nesta segunda-feira, 12/6, a programação do festival continua a partir de 10h da manhã, com uma mostra especial de filmes sobre a temática indígena, com curadoria do cineasta cearense Philippe Bandeira.
A partir das 14h acontecem a Mostra de Cinema Infantil e a Oficina de Cinema Digital, com destaque para a participação da comunidade de Jericoacoara. Às 18h tem início a última noite da Mostra Competitiva de Curtas-metragens, concluindo a exibição dos 30 filmes selecionados pelo festival, de realizadores de 13 estados brasileiros.
O festival segue até terça, 13/6, quando acontece a premiação dos melhores filmes, em diversas categorias.
Sábado de emoção com "Yorimatã" e Lucina
Oferecendo à população e aos visitantes de Jericoacoara uma programação especial de cinema em pleno sábado, em três turnos, sempre com entrada franca, o VI Festival de Jericoacoara Cinema Digital teve seu quarto dia de atividades começando com a exibição do longa "Yorimatã", do diretor Rafael Saar.
O filme, projetado pela manhã no Polo de Atendimento à Criança e ao Adolescente de Jericoacoara, palco do festival, foi seguido por debate com o realizador e também com a cantora e compositora Lucina, uma das personagens principais do longa, retratando a dupla Luhli e Lucina, que desafiou as regras da música e do casamento.
"Yorimatã" nasceu a partir das pesquisas do diretor Rafael Saar para um outro documentário, "Olho nu", sobre Ney Matogrosso. Ao se deparar com a dupla, Rafael logo se perguntou por que nunca havia ouvido falar de Luhli e Lucina. Daí o filme começou a ser pensado, em 2009, e teve sua estréia em 2014, com exibição na Mostra de São Paulo. Este foi o primeiro longa do diretor.
Com um riquíssimo material de acervo de filmagem da década de 70, o
filme revisita a vida e história da dupla de artistas que compuseram sucessos de Secos e Molhados ("O vira"), Zélia Duncan ("Depois do perigo"), assim como de clássicos do repertório de Ney Matogrosso ("Bandoleiro", "Coração aprisionado"). O público participou ativamente com perguntas, lágrimas e relatos emocionados com a história da dupla, sua arte e a dimensão e expertise de Rafael ao delinear tudo com maestria e imenso cuidado.
Criançada fazendo seu próprio filme
A programação do festival seguiu pela tarde de sol em Jericoacoara, com a Oficina de Cinema Digital, que inseriu a garotada no mundo tecnológico. Cada criança ou adolescente saiu de celular na mão em busca de seu próprio filme.
Com uma ideia na cabeça e a câmera digital mais prática do dia a dia atual, cada um dos jovens teve a oportunidade de, com acompanhamento de profissionais do setor audiovisual, comprovar que qualquer pessoa pode estimular o próprio olhar para mostrar um ponto de vista sobre o mundo, a partir da arte do cinema.
Mostra Competitiva de Curtas
À noite, o Polo ficou lotado para a Mostra Competitiva de Curtas-metragens, com a presença de representantes de cinco filmes: "Dilema de Carpideira", de Philipe Ribeiro (Fic, CE), "Psiu!", de Antônio Carrilho e Juliana Lima (Doc, PE), "Louça de Deus", de Eudaldo Monção Jr. (Doc, BA), "Atenciosamente, Saudade", de Edson Pereira (Exp, CE) e "A Fuga", de Douglas Alves Ferreira (Anim, SP). Também foi exibido o filme "Leblon Marista", de Fabrício Cordeiro e Luciano Evangelista (Doc, GO).
"O personagem Zé Dantas era um compositor que fez muitas músicas com Luiz Gonzaga. Era filho de grande comerciante, fazendeiro, mas desde nove, dez anos se interessava em estar junto do povo, escutando os causos, com os feirantes", destacou Antonio Carrilho, participante do filme "Psiu", sobre Zé Dantas.
"Era uma pessoa que tinha essa busca pela alma do povo brasileiro. Conseguiu traduzir isso nessas composições com Luiz Gonzaga. Um ser humano admirável, que faleceu aos 41 anos, mas deixou uma obra bastante importante na história da música brasileira", acrescentou, sobre o protagonista de um dos filmes mais aplaudidos na noite deste sábado.
SERVIÇO:
VI Festival de Jericoacoara – Cinema Digital. De 7 a 13 de junho de 2017, em Jericoacoara. Toda a programação tem entrada franca. Mais informações: www.jeridigital. com.br.