Polícia Federal (PF) disse hoje (18) que ainda não é possível estimar prazo para a identificação dos nove corpos em embarcação encontrada à deriva no litoral paraense, próximo ao município de Bragança . A perícia, para identificação das vítimas, começou ontem (17), em conjunto com a Polícia Científica do Pará. De acordo com a PF, os corpos serão temporariamente sepultados na capital paraense, Belém, até que as identidades tenham sido estabelecidas e as famílias das vítimas possam ser formalmente comunicadas. A principal hipótese é que as vítimas tenham vindo da África em direção às Ilhas Canárias, na Espanha, arquipélago usado como rota migratória para entrada no continente europeu. Segundo a polícia, os inícios apontam que o barco, provavelmente saiu da Mauritânia, na África e acabou pegando uma corrente marítima com destino ao Brasil. “Como a migração de pessoas dos países africanos é uma questão humanitária que conta com milhares de pessoas desaparecidas e inexistem dados
No próximo dia 3 de agosto, às 16h, na sede do Conselho Regional de Medicina do Estado (CREMEC), os médicos cearenses lançam, oficialmente, o #MovimentoForaBarros, em defesa da valorização do trabalho médico, da Medicina e da Saúde Pública de qualidade. Na programação do evento, organizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará, com o apoio do CREMEC e da Associação Médica Cearense (AMC), consta a entrega de relatórios de visitas a equipamentos de Saúde – realizadas em 2016 e no primeiro semestre deste ano – ao Ministério Público Federal no Ceará.
O Movimento Fora Barros será lançado, simultaneamente, nos Conselhos Regionais de Medicina dos Estados, em todo o País – com algumas exceções, de locais e horários, como em Brasília (DF), Curitiba (PR), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). Trata-se de uma resposta às declarações proferidas pelo Ministro da Saúde, Ricardo Barros, que demonstram desconhecimento, desrespeito e descaso com a Saúde Pública e a categoria.
A iniciativa é do ‘Aliança Médica’, grupo que reúne médicos de todo o Brasil através de redes sociais, com o apoio e parceria do Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB), Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Federação Médica Brasileira (FMB), Ordem dos Médicos do Brasil (OMB) e Sindicatos dos Médicos nos Estados. A identidade do movimento nacional foi, inclusive, desenvolvida pelo marketing do Sindicato dos Médicos do Ceará.
Através do movimento, que já começou nas redes sociais, a categoria médica busca promover o debate das seguintes pautas:
- Prioridade às indicações técnicas para ocupantes de cargos públicos em Saúde, inclusive, no Ministério;
- Não contingenciamento do orçamento da Saúde;
- Condições dignas de trabalho para os profissionais da Saúde e de atendimento aos pacientes;
- Apoio ao Ministério Público nas investigações de casos de corrupção na Saúde;
- Programa Mais Médicos: prioridade das vagas para médicos brasileiros; obrigatoriedade da revalidação dos diplomas para os médicos estrangeiros, bem como brasileiros formados no exterior; fiscalização e cumprimento da Lei e dos editais;
- Isonomia entre a bolsa do Programa Mais Médicos e a da Residência Médica;
- Utilização do Piso Salarial Médico nas contratações dos serviços públicos e privados;
- Aprovação da Carreira de Estado para Médicos;
- Aprovação do Ato Médico;
- Reformulação da Lei 9656/98 – que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde – no que tange à remuneração médica;
- Formação: fiscalização ao cumprimento das diretrizes para abertura de novas faculdades de Medicina, que impeça a criação indiscriminada de instituições de má qualidade no ensino médico e criação de grupo de avaliação (com membros de entidades médicas) das existentes.
Outros locais e horários do #MovimentoForaBarros
- Manaus (AM), às 8h, na Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SUSAM);
- Brasília (DF), às 9h, no Ministério da Saúde; às 10h, marcha ao Congresso Nacional; às 12h, Audiência Pública na Câmara dos Deputados; e, às 14h, audiência com o ministro Ricardo Barros;
- Curitiba (PR), às 16h, na Praça Santos Andrade (em frente ao Teatro Guaíra);
- Rio de Janeiro (RJ), às 16h, na Praça da Cinelândia;
- São Paulo (SP), às 16h, no Museu de Arte de São Paulo (MASP).
Declarações polêmicas
Desde que assumiu o Ministério da Saúde, Ricardo Barros, que é engenheiro civil de formação, profere declarações polêmicas, com ampla repercussão na sociedade. Confira algumas delas:
- “Vamos parar de fingir que a gente paga médicos, e o médico parar de fingir que trabalha. Isso não está ajudando a saúde do Brasil”. (Em 13 de julho último, em Brasília (DF), durante lançamento do programa de biometria na rede pública de saúde);
- Durante evento no Acre, no último mês de junho, Barros afirmou que os médicos estão preocupados em ganhar mais, sem trabalhar o suficiente e, quando foi questionado por um sindicalista sobre os problemas existentes na área, afirmou ainda que o “trabalhador do setor da saúde que estiver insatisfeito pode pegar suavarinha e ir pescar”;
- Em abril deste ano, durante evento sobre o Brasil organizado pela Universidade Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), nos Estados Unidos, Barros afirmou que exames com resultados normais sãodesperdício para o SUS, criticou médicos que solicitam “exame como forma de transferir sua responsabilidade de emitir diagnósticos" e afirmou que o sistema de saúde não pode ser “tudo para todos”;
- Em 15 de março último, discurso na Câmara Municipal de Curitiba (PR), Barros criticou a forma de atuação dos médicos brasileiros, afirmando que este nãodemonstra disposição para o trabalho;
- “Homens trabalham mais. Por isso, não acham tempo para cuidar da saúde”. (Agosto de 2016, durante lançamento de pesquisa da ouvidoria do Sistema Único de Saúde);
- “Quanto mais gente puder ter planos, melhor, porque vai ter atendimento patrocinado por eles mesmos, o que alivia o custo do governo”. (Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, publicada em 17 de maio de 2016);
- “Na pior das hipóteses, tem efeito placebo. A fé move montanhas”. (Maio de 2016, no Congresso Nacional, sobre a fosfoetanolamina, a chamada pílula do câncer, que não possui eficácia comprovada);
- "Se o mosquito [Aedes Aegypti] se comprometesse a picar só quem mora na casa, era fácil, mas, infelizmente, ele não é disciplinado”. (Em coletiva de imprensa, assim que tomou posse, sobre a dificuldade do Governo para combater a Dengue, Zika e Chikungunya).
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará