Pular para o conteúdo principal

Mulher arrastada foi vítima de tentativa de feminicídio, diz delegado Autor foi preso neste domingo. Mulher teve as pernas mutiladas

  O delegado da Polícia Civil de São Paulo Fernando Barbosa Bossa classificou nesta segunda-feira (1º) como tentativa de feminicídio, sem possibilidade de defesa da vítima e com requintes de crueldade o caso da mulher atropelada e arrastada na capital paulista. Douglas Alves da Silva, de 26 anos, atropelou e arrastou Tainara Souza Santos, 31 anos, na manhã de sábado (29), na zona norte da capital paulista. Tainara Santos está internada Hospital Municipal Vereador José Storopolli. Ela teve as pernas mutiladas após ser atropelada e arrastada, por cerca de um quilômetro, enquanto ainda estava presa embaixo do veículo. A Secretaria de Saúde do município não divulgou o estado de saúde dela por conta de sigilo médico. Ele foi preso na noite deste domingo (30). De acordo com a investigação, a vítima teve um relacionamento breve com o autor da agressão. “A motivação dele foi simplesmente porque ele não aceitava um término, aquela sensação de posse, em um ...

“Somos uma sociedade que destrata, desvaloriza e mata mulheres”, diz ministra Cármen Lúcia durante evento na Reitoria

 

“Somos uma sociedade que destrata, desvaloriza e mata mulheres”, diz ministra Cármen Lúcia durante evento na Reitoria

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que “somos uma sociedade ainda machista, misógina, sexista, que destrata, desvaloriza e mata mulheres”, durante evento realizado na tarde da última sexta-feira (28), na Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). Participando de forma remota, a ministra destacou que o enfrentamento à violência de gênero exige uma profunda mudança cultural e educacional: “O Estado só agir não é suficiente; as leis não bastam. É preciso fazer florescer outra sociedade, na qual os direitos assegurados na Constituição sejam cumpridos socialmente”.

A atividade integrou a premiação de estudantes que participaram do projeto "Arte para Transformar: cada traço, um ato de respeito às mulheres", promovido pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), em parceria com a UFC e com a Secretaria da Educação do Estado (Seduc).

A ministra Cármen Lúcia participou de forma remota e fez uma palestra pautada na crítica social e cultural aos padrões que influenciam a violência contra a mulher (Foto: Viktor Braga/Secom-UFC)
A ministra Cármen Lúcia participou de forma remota e fez uma palestra pautada na crítica social e cultural aos padrões que influenciam a violência contra a mulher (Foto: Viktor Braga/Secom-UFC)

Logo no início de sua fala, a ministra apresentou um dado alarmante: “O Brasil teve, na estatística apresentada de 2024, um assassinato de mulher a cada seis horas, e o feminicídio é apenas um dos fatos. As violências vão desde a ameaça à discriminação, à violência política, que impede as mulheres de assumirem seus espaços, às violências econômicas e financeiras”.

Segundo ela, a persistência da violência contra a mulher é resultado de um padrão histórico de desigualdade: “As mulheres foram historicamente tratadas como coisa, propriedade, patrimônio dos homens — do pai, do irmão, do marido, depois do filho. Coisificadas, não tinham vontade própria, não tinham escolha, não tinham liberdade”. A ministra ressaltou que essa lógica ainda deixa marcas no presente, inclusive na brutalidade de muitos assassinatos: “Nos feminicídios é comum o assassino desfigurar o rosto da vítima; é o dado de uma cultura feroz que nem os animais praticam. É a anulação da outra pessoa”.

Cármen Lúcia enfatizou que a violência de gênero não nasce de sentimentos, mas de relações de poder. “A violência contra a mulher não é uma questão de amor nem de ciúme. É uma questão de poder. Alguém acha que pode tanto que tem o direito de vida e morte sobre nós, mulheres”, afirmou. Ela também criticou a manutenção de papéis sociais que restringem as possibilidades de atuação feminina: “Por que nos entregam tarefas como se continuássemos sendo as gatas borralheiras, cuidadoras da casa, dos meninos, dos jovens e dos idosos, como se aquele cuidado, que nem é regulamentado, fosse a única razão de ser da existência das mulheres?”.

Ao se dirigir aos jovens presentes no evento, a ministra destacou a importância da educação para transformar mentalidades e promover igualdade: “É preciso que haja outra forma de nos educarmos e de educar nossas crianças. Precisamos aprender a igualdade, ou o que chamo de igualação: a ação permanente pela igualdade de todas as pessoas na sua dignidade humana”. Ela lamentou que, ainda hoje, mulheres continuem invisibilizadas: “Sempre tivemos mulheres na história que foram apagadas, silenciadas, porque não se queria que uma mulher fosse tomada como modelo. Isso não é diferente em 2025”.

Mesmo diante dos desafios, a ministra reforçou seu otimismo: “Acredito na juventude, acredito na humanidade e acredito demais que seremos capazes de construir uma sociedade livre, justa e solidária para todas as pessoas”. Ela defendeu que solidariedade, cuidado e afeto são valores essenciais para essa transformação: “A solidariedade nos faz mais fortes e mais afetuosos. O cuidado é próprio da humanidade”. A ministra concluiu com um apelo simbólico, citando a canção Fullgás, dos irmãos Antônio Cícero e Marina Lima: “Nesses tempos de tantos muros, de usar as mãos apenas com os dedinhos para mexer solitariamente nos celulares, talvez seja a hora de cantar de novo Fullgás e lembrar que, se a gente abre os braços, a gente faz um país”.

ft 251201 custodio gr
O reitor Custódio Almeida enfatizou o atraso histórico que temos na sociedade quando o assunto é igualdade de gênero (Foto: Viktor Braga/Secom-UFC)

ATRASO HISTÓRICO - O reitor da UFC, Custódio Almeida, destacou o atraso histórico relacionado às questões de gênero. “Estamos muito atrasados. Estamos no século XXI discutindo igualdade entre mulheres e homens. Isso é ridículo”, afirmou. Ele acrescentou que outro problema é o processo de invisibilização da participação feminina na sociedade. “Não é que as mulheres não tenham protagonismo, mesmo em uma sociedade machista. É que esse protagonismo é escondido, abafado por interesses machistas.”

VALORIZAR A VIDA - Representando o presidente do TJCE, Heráclito Vieira, a desembargadora Vanja Fontenele, que acompanha de perto o projeto "Arte para Transformar", afirmou que a valorização da vida deve orientar a formação das crianças e dos estudantes. “Queremos que eles e elas incluam em seus objetivos o respeito mútuo e igualitário, que emprestem seus valores ao bem comum. É necessário que nós todos consigamos valorizar ao máximo a vida humana e a vida da mulher”, enfatizou.

A desembargadora Vanja Fontenele defendeu a valorização da vida humana em geral e da vida das mulheres em particular (Foto: Viktor Braga/Secom-UFC)
A desembargadora Vanja Fontenele defendeu a valorização da vida humana em geral e da vida das mulheres em particular (Foto: Viktor Braga/Secom-UFC)

PRATICAR O BEM - A secretária da Educação do Ceará, Ana Estrela, reforçou a importância da educação para o enfrentamento das desigualdades: “Precisamos trabalhar nossas crianças e adolescentes para praticar o bem, para valorizar a vida e aprender a viver com respeito, para que no futuro não precisemos mais falar de violência contra a mulher, que não precisemos mais punir, ou que ao menos possamos reduzir drasticamente essa violência que tanto dói e mata”.

MUDANÇA PROFUNDA - A ativista Maria da Penha, reconhecida internacionalmente por sua atuação no combate à violência contra a mulher, destacou o papel central da escola para a mudança estrutural na compreensão e superação da desigualdade de gênero. “Quando falamos em enfrentamento à violência doméstica e ao machismo, muitas vezes pensamos apenas nas respostas do sistema de justiça. Mas a verdade é que nenhuma transformação duradoura se constrói apenas nos tribunais. A mudança profunda nasce na escola, nas conversas em sala de aula, nos projetos pedagógicos, na escuta qualificada, no incentivo ao pensamento crítico e no olhar atento de professoras e professores.”

Veja mais informações sobre a cerimônia de encerramento deste ciclo do projeto Arte para Transformar, incluindo a lista de estudantes premiados, no site do TJCE.

Fonte: Secretaria de Comunicação e Marketing - e-mail: ufcinforma@ufc.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Endereços dos cines pornôs gays no Centro de Fortaleza

 ENDEREÇO DOS CINES DE FORTALEZA (CE) ☆CINE ARENA RUA MAJOR FACUNDO 1181 ☆CINE AUTORAMA RUA MAJOR FACUNDO 1193 ☆CINE MAJESTICK RUA MAJOR FACUNDO 866 ☆CINE SECRET RUA METON DE ALENCAR 607 ☆CINE SEDUÇÃO  RUA FLORIANO PEIXOTO 1307 ☆CINE IRIS  RUA FLORIANO PEIXOTO 1206 CONTINUAÇÃO ☆CINE ENCONTRO RUA BARÃO DO RIO BRANCO 1697 ☆CINE HOUSE RUA MENTON DE ALENCAR 363 ☆CINE LOVE STAR RUA MAJOR FACUNDO 1322 ☆CINE VIP CLUBE RUA 24 DE MAIO 825 ☆CINE ECLIPSE RUA ASSUNÇÃO 387 ☆CINE ERÓTICO RUA ASSUNÇÃO 344 ☆CINE EROS RUA ASSUNÇÃO 340

Nota de pesar

  A PRT-7 manifesta o mais profundo pesar pela morte dos servidores aposentados José Maciel da Silva e José Siqueira de Amorim. José Maciel da Silva faleceu em 22 de janeiro. Sua última lotação foi no Setor de Arquivo desta Procuradoria Regional do Trabalho. O servidor José Siqueira Amorim faleceu em 28 de fevereiro e encerrou a carreira na Secretaria da Coordenadoria de 2º Grau. Ao tempo em que se solidariza com os familiares e amigos, a PRT-7 reconhece a valorosa contribuição de ambos enquanto atuaram nesta instituição.

CARIRI GARDEN SHOPPING

  Para evitar aglomeração e atender a todos que buscam garantir as compras do Natal, as lojas âncoras (C&A, Riachuelo, Renner, Marisa e Americanas) do Cariri Garden Shopping funcionarão com horário diferenciado ao longo da semana. De hoje, 20 de dezembro, até o dia 23, o horário de funcionamento seguirá até às 23h.  Já o Mercadinho São Luiz, estará aberto ao publico nos dias 22 e 23, até às 23h.