Com o suspeito foi apreendido a arma de fogo utilizada no crime Um trabalho ostensivo da Polícia Militar do Ceará (PMCE), com apoio do Núcleo de Videomonitoramento (Nuvid) da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), resultou na prisão em flagrante de um suspeito de tentativa de homicídio registrada em um estabelecimento comercial no bairro Meireles, que fica na Área Integrada de Segurança 1 (AIS 1) de Fortaleza. O homem foi capturado na madrugada deste domingo (19). Equipes do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) e do Policiamento Ostensivo Geral (POG), da PMCE, foram acionadas após uma ocorrência de disparos de arma de fogo no interior de um restaurante no bairro Meireles. Na ocasião, o suspeito do crime foi identificado pelo Núcleo de Videomonitoramento (Nuvid) da SSPDS. Após diligências, os policiais militares localizaram o suspeito, um homem, de 59 anos
— I ou, I ou!
O canto dos escravos dá o tom nesta obra e nos transporta para o Brasil do século 18: uma realidade de fidalgos e pés-rapados, de cantos africanos e rezas católicas, um quadro vivo e riquíssimo de detalhes do violento ciclo do diamante, por meio do qual Ana Miranda reconstrói a biografia de uma personagem que nos fascina há gerações.
Com narrativa colorida e vibrante, a autora revela o mundo do Brasil colonial por suas ligações com Xica da Silva: a escrava que se tornou a senhora mais poderosa das Minas de diamantes. Mostra-nos o reino de Daomé e a África por Maria mina – mãe de Xica –, capturada e trazida ao Brasil ainda criança. Apresenta-nos as Minas Gerais e seus costumes pela Xica menina, que vivia entre as brincadeiras nas matas e os deveres na cozinha. Expõe-nos mazelas do Brasil colônia e de Portugal pela Xica adulta, que, mesmo sem nunca ter saído da região do Distrito Diamantino, fazia com que a metrópole viesse até si, incentivando óperas, danças, artes, vestindo-se como uma fidalga, e ordenando a construção de um castelo, de um teatro e até mesmo de um lago e um navio em sua chácara, uma vez que nunca vira o mar.
Aqui surge a pessoa de Xica por suas muitas facetas e interpretações: da sedutora, capaz de dominar os homens com astúcia e sensualidade, à concubina amorosa, fiel ao marido e dedicada aos filhos, passando pelo papel de mecenas do Tijuco, de dona de cem escravos e administradora da maior riqueza de seu tempo. Uma mulher vitoriosa, revolucionária mesmo para os dias de hoje, irreverente, mandona, que superou com majestade a sua condição de escravizada, criando a lenda de uma Cinderela Negra.
TRECHO:
“Uma vida de tanta atividade desde a mais tenra infância vai delineando sua imagem, de galharda estatura, em músculos definidos, conformando um corpo bem torneado e firme. A figura de Xica, no fim de sua infância, começa a atrair a atenção de homens. Torna-se mulher na flor dos doze anos. De seus olhos irradia um fogo tão peculiar e o seio arfa em tão ansioso desejo que é difícil aos homens resistir a tais seduções.”
SOBRE A AUTORA:
Ana Miranda nasceu em Fortaleza, em 1951. Morou no Rio, em Brasília e em São Paulo. Hoje vive numa praia do Ceará. Estreou como romancista com Boca do Inferno (1989), que recebeu o Prêmio Jabuti de Revelação, foi traduzido para diversos idiomas e incluído no cânone dos grandes romances do século XX em língua portuguesa. Personagem do romance, o poeta Gregório de Matos foi revisitado pela autora em uma vasta biografia, Musa praguejadora (Record, 2014), consagrada pelo prêmio da Academia Brasileira de Letras. Sua obra literária pode ser vista em www.anamirandaliteratura.com. br.