Polícia Federal (PF) investigará a instalação de câmeras escondidas encontradas em um apartamento da deputada federal Dayany Bittencourt (foto) (União-CE), em Brasília. O caso já estava sendo apurado pela Polícia Civil do Distrito Federal, após o equipamento ter sido encontrado escondido em meio a disparadores de água e sensores de fumaça, em 2023. A entrada da PF no caso foi por determinação do ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos de Almeida Neto, após reunir-se com a parlamentar. No ofício, Almeida Neto cita “suposta prática dos crimes de violação de domicílio e registro não autorizado de intimidade, cometidos contra a deputada durante o exercício do seu mandato e de sua atividade política”. Registros audiovisuais As câmeras foram encontradas por assessores da parlamentar em um apartamento alugado por ela na Asa Norte, em agosto do ano passado. Além de quatro câmeras espiãs, havia, no local, microfones, cabos de internet e um aparelho gravador DVR e um mo
"Além de grande artista, Belchior foi uma pessoa de bom caráter e participação social". É o que destaca o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), que conheceu Belchior em 1968, em Fortaleza, quando ao lado do então estudante de Medicina participou de um grupo de apoio a pessoas em situação de prostituição, em Fortaleza.
"Ele era acadêmico de Medicina e eu de Pedagogia. E a Lurdinha, uma militante do movimento popular do Maranhão, veio pro Ceará com a missão de criar um grupo de ajuda e proteção às prostitutas", conta Chico Lopes.
"Nos encontrávamos na Diocese de Fortaleza, no seminário na Prainha, e de lá íamos pro chamado 'curral', que era naquela região onde hoje é o Marina Park (hotel). Era uma zona de prostituição. E ali fizemos um trabalho no sentido de ajudar essas pessoas, oferecer um caminho de recuperação", rememora.
"Belchior fazia parte desse grupo,q ue se reunia sempre aos sábados à tarde. Inclusive foi quando ele começava a tocar violão, cantar. Ficamos nesse grupo algum tempo, e ele ajudava a discutir conosco qual seria a forma de abordagem, como poderíamos ajudar", complementa Lopes.
Para o deputado, que entrou no PCdoB naquele ano de 1968 marcado pela forte repressão da ditadura civil-militar e da edição do Ato Institucional No. 5, o Brasil perdeu hoje um de seus maiores artistas, "uma pessoa de esquerda, de bom caráter, que participava das atividades políticas". "Era um momento difícil, da repressão. E nos tínhamos esse papel de defender as liberdades, mas defender também as questões particulares, como as dessas mulheres", aponta Chico Lopes.
"Depois, quando ele deslanchou na carreira musical, eu sempre comprava os discos, admirava. Ele estava se tornando um cantor e compositor com uma carreira brilhante", recorda. "Lamentamos demais essa partida e deixamos nossa solidariedade aos familiares, aos colegas músicos e a todos os cearenses e brasileiros que se emocionam com a força e a beleza das canções do Belchior".