Polícia Federal (PF) investigará a instalação de câmeras escondidas encontradas em um apartamento da deputada federal Dayany Bittencourt (foto) (União-CE), em Brasília. O caso já estava sendo apurado pela Polícia Civil do Distrito Federal, após o equipamento ter sido encontrado escondido em meio a disparadores de água e sensores de fumaça, em 2023. A entrada da PF no caso foi por determinação do ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos de Almeida Neto, após reunir-se com a parlamentar. No ofício, Almeida Neto cita “suposta prática dos crimes de violação de domicílio e registro não autorizado de intimidade, cometidos contra a deputada durante o exercício do seu mandato e de sua atividade política”. Registros audiovisuais As câmeras foram encontradas por assessores da parlamentar em um apartamento alugado por ela na Asa Norte, em agosto do ano passado. Além de quatro câmeras espiãs, havia, no local, microfones, cabos de internet e um aparelho gravador DVR e um mo
Pizzini é professor da Escola Pública de Audiovisual (EAV) da Vila das Artes
O cineasta Joel Pizzini, professor do Curso de Realização em Audiovisual da Escola Pública de Audiovisual (EAV) da Vila das Artes teve o seu mais recente filme, “Elogio da Sombra” selecionado para representar o Brasil no Festival de Oberhausen, na Alemanha que acontece agora em maio. O filme, selecionado entre 7 mil inscritos no Festival participará da competição oficial, sendo exibido no dia 13 de maio.
Fundado em 1954, como o primeiro festival de cinema educativo da Alemanha Ocidental, o Festival de Oberhausen é considerado, atualmente o maior evento do mundo dedicado aos curtas-metragens experimentais. É a segunda vez que Pizzini participa da competição internacional, a primeira foi com “Dormente” em 2006. Por conta da repercussão do filme, o Festival adquiriu uma cópia do curta-metragem para o seu acervo, para fins de consulta e pesquisa dos especialistas em cinema que estudam a influência do cineasta russo Dziga Vertov, na produção contemporânea.
Elogio da Sombra é filme-ensaio de curta-metragem que compõe uma trilogia de Joel Pizzini, precedida por Elogio da Luz (2004) e Elogio da Graça,(2011) e que desta vez aborda o universo da dança butô de origem japonesa. Através de uma trama experimental, protagonizada por Emilie Sugai, (atriz-dançarina que trabalhou com Antunes Filho em “Foi Carmen”) o filme conta ainda com a participação evocativa de Kazuo Ohno, criador do Butoh e que vindo ao Brasil, influenciou diretores como Antunes Filho e o cantor Ney Matogrosso.
Trata-se de um mergulho no imaginário nipo-brasileiro através da interface entre dança e cinema num arranjo poético de luzes, sombras, formas, gestos, sons e movimentos.
Rodado em Mogi das Cruzes (SP) e pantanal sul-mato-grossense, o filme tem como locação central as ruínas de uma antiga fábrica de chá, construída nos anos 40 por um arquiteto japonês sob forma de um templo oriental. A fotografia é assinada por Gianni Toyota com imagens adicionais de Mário Carneiro (mestre do Cinema Novo) e dos fotógrafos Maurício Copetti e Edson Audi,. A produção é de Sérgio Pedrosa e Joel Pizzini, autor da montagem em parceria com Clarice Saliby. Integram a e equipe também, Jorge Effi, montador-assistente e editor de som, além de Sofia Marques, assistente de direção e produção do filme.
O primeiro filme brasileiro a ser premiado em Oberhausen foi “Couro de Gato” em 1961, curta-metragem de Joaquim Pedro de Andrade que integra o longa de episódios, “Cinco vezes Favela”, considerados um dos marcos inaugurais do Cinema Novo. A premiação na época foi essencial para o movimento que era liderado por Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Saraceni, Cacá Diegues e Gustavo Dahl e começara assim a ganhar uma dimensão internacional.
Oberhausen também é conhecido por ter sediado o manifesto histórico que criou as bases em 1962 do Cinema Novo alemão, que reunia 26 jovens autores, entre eles Werner Herzog, Wim Wenders, Alexander Kluge, Fassbinder, Margarete Von Trotta e Edgard Reitz.
Pizzini descobriu aliás em sua pesquisa para a restauração da obra de Glauber Rocha da qual foi curador, que os próprios artífices deste movimento, reconheciam publicamente a influência do Cinema Novo brasileiro na produção germânica da época, tanto que Fassbinder por exemplo realizou um filme chamado Rio das Mortes, cujo título é uma homenagem ao personagem de Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha.
Atualmente, Joel Pizzini trabalha na montagem e finalização do seu próximo longa-metragem, Rio da Dúvida, que recria a expedição Roosevelt-Rondon que partiu em 1913 de Corumbá (MS) até o Amazonas, liderada por Candido Rondon e o ex-presidente americano, Theodore Roosevelt.
Sobre Elogio da Sombra
Como numa antiga peça Nô, o fantasma (a sombra) do mestre do Butô ronda a casa, onde a discípula contemporânea, em pé diante da janela como diante de um espelho, é apenas uma silhueta feita sobretudo de dedos, mãos e braços. Seus gestos se intensificam, ora humanos, ora inumanos, enquanto acariciam o ar e a paisagem ou se movem como um peixe no aquário ou o cisne negro na lagoa. A morada do Butô vai então se abrindo e girando lentamente como uma sombrinha, as janelas se multiplicam, a luz do sol de repente invade o obscuro interior e se espraia como tábuas novas pelo carcomido assoalho, antecipando as escadas por onde, no final, a dançarina subirá, seguindo os movimentos sempre ascendentes do fantasma, esse guia poderoso e irresistível que é, ao mesmo tempo, o reflexo ideal da dançarina no espelho quase líquido do Butô.
Sobre Joel Pizzini
É pesquisador, autor de ensaios documentais premiados internacionalmente como "Caramujo-Flor" (1988), "Enigma de Um Dia"(1996)"Glauces" (2001) e "Dormente" (2006), Joel Pizzini conquistou com os longas"500 Almas" (2004) e "Anabazys"(2009), além da seleção oficial no Festival deVeneza, os prêmios de Melhor Filme,Som, Fotografia, Especial do Júri, Montagem, nosFestivais do Rio, Mar Del Plata, e Brasília. Para a televisão, a convite do Canal Brasil,realizou os retratos "Um Homem Só"(2001), "Elogio da Luz"(2003), "Retratoda Terra"(2004), "Helena Zero" (2006), entre outros. Conselheiro da Escola do Audiovisual de Fortaleza e Professor da PUC- Rj (pós-graduação em Comunicação) e Faculdade de Artes do
Paraná, Pizzini foi artista residente da Unicamp do Arsenal/Fórum da Berlinale, dentro do projeto “Living Archive”. Trabalha ainda como Curador da Restauração da obra de GlauberRocha.. Pesquisador de novas linguagens, participou do projeto Artecidade e da Bienal de São Paulo, Mercosul com” videoinstações e direção de performances. Diretor de “Elogio da Graça”(Melhor curta no Grande Premio do Cinema Brasileiro) e Mr.Sganzerla, vencedor do Festival É Tudo Verdade (2010) e HBRFF em LosAngeles. Dirigiu recentemente o filmensaio "Olho Nú" (sobre Ney Matogrosso), co-produzido pelo Canal Brasil e Paloma Cinematográfica, premiado como melhor filme do Festival In-Edit e FestCine América do Sul e selecionado oficialmente para o Doc Lisboa, e Festivais de Havana, Guadalajara, FIPA (Biarritz). Atualmente criou a instalação “Ruído no Branco” em cartaz na Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre (RS) e produziu e dirigiu "Mar de Fogo", curta experimental
selecionado para a competição oficial da Berlinale, 2015.
Paraná, Pizzini foi artista residente da Unicamp do Arsenal/Fórum da Berlinale, dentro do projeto “Living Archive”. Trabalha ainda como Curador da Restauração da obra de GlauberRocha.. Pesquisador de novas linguagens, participou do projeto Artecidade e da Bienal de São Paulo, Mercosul com” videoinstações e direção de performances. Diretor de “Elogio da Graça”(Melhor curta no Grande Premio do Cinema Brasileiro) e Mr.Sganzerla, vencedor do Festival É Tudo Verdade (2010) e HBRFF em LosAngeles. Dirigiu recentemente o filmensaio "Olho Nú" (sobre Ney Matogrosso), co-produzido pelo Canal Brasil e Paloma Cinematográfica, premiado como melhor filme do Festival In-Edit e FestCine América do Sul e selecionado oficialmente para o Doc Lisboa, e Festivais de Havana, Guadalajara, FIPA (Biarritz). Atualmente criou a instalação “Ruído no Branco” em cartaz na Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre (RS) e produziu e dirigiu "Mar de Fogo", curta experimental
selecionado para a competição oficial da Berlinale, 2015.