Polícia Federal (PF) investigará a instalação de câmeras escondidas encontradas em um apartamento da deputada federal Dayany Bittencourt (foto) (União-CE), em Brasília. O caso já estava sendo apurado pela Polícia Civil do Distrito Federal, após o equipamento ter sido encontrado escondido em meio a disparadores de água e sensores de fumaça, em 2023. A entrada da PF no caso foi por determinação do ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos de Almeida Neto, após reunir-se com a parlamentar. No ofício, Almeida Neto cita “suposta prática dos crimes de violação de domicílio e registro não autorizado de intimidade, cometidos contra a deputada durante o exercício do seu mandato e de sua atividade política”. Registros audiovisuais As câmeras foram encontradas por assessores da parlamentar em um apartamento alugado por ela na Asa Norte, em agosto do ano passado. Além de quatro câmeras espiãs, havia, no local, microfones, cabos de internet e um aparelho gravador DVR e um mo
Inovação - Tribunal de Justiça e Governo do Estado lançam aplicativo para auxiliar mulheres vítimas de violência
“O aplicativo é importante porque às vezes a gente tá diante do agressor e não tem reação de pegar o telefone e ligar para a polícia”. É com satisfação que uma professora, vítima de violência doméstica, celebra a implantação de projeto-piloto do Aplicativo de Monitoramento Intensivo, Guarnição e Acompanhamento a Vítimas da Violência (Amigavv). O lançamento aconteceu nesta terça-feira (07/11), no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).
A ferramenta, criada pelo Governo do Estado, por meio da Vice-Governadoria e em parceria com o Judiciário, permitirá acionar o número 190 e pedir socorro em caso de agressão, apenas segurando um botão na tela do celular por três segundos.
Casada por 10 anos, a professora conta que nos últimos anos do casamento o ex-marido começou a voltar para casa tarde da noite, sempre gritando muito. “Foi quando descobri que ele tinha se envolvido com drogas. Em uma noite ele me empurrou contra a porta e foi quando eu acionei a polícia e pedi a medida protetiva. Só acho uma pena que as mulheres ainda fiquem submissas a essa violência e não tenham coragem de denunciar”, explicou.
O presidente do TJCE, desembargador Gladyson Pontes, afirmou que o Judiciário aceitou prontamente a parceria com a Vice-Governadoria do Estado, que criou o aplicativo. “Todas essas ações que envolvem questões sociais, é de interesse do Tribunal. O Poder Judiciário atua diretamente na prestação jurisdicional de atendimento a essas vítimas. Se elas chegam brevemente após o acontecimento, é óbvio que o atendimento também será breve”, ressaltou.
Funcionando inicialmente na área da Unidade Integrada de Segurança (Uniseg) I, localizada no bairro Vicente Pinzon e abrangendo Mucuripe e Cais do Porto, o projeto, segundo a vice-governadora Izolda Cela, será expandido nos próximos meses. “A violência doméstica é das mais danosas, tanto pelo contexto em que acontece, quanto pelas repercussões bastante perigosas para a família. Ainda este mês devemos começar a ampliação no bairro Bom Jardim, por ocasião da implantação da Uniseg na região. Até o início do próximo ano a expectativa é que tenhamos mais duas áreas em Fortaleza e duas no Interior, sendo uma em Sobral e outra em Juazeiro.”
COMO PROCEDER
Apenas de janeiro a outubro de 2017, o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Fortaleza concedeu 5.161 medidas protetivas. O número de mulheres encaminhadas ao Ronda Maria da Penha totaliza 145. E para fazer uso do Amigavv, é preciso estar com medida protetiva aplicada pelo Juizado. A usuária deve ir à unidade judiciária, fazer cadastro prévio e instalar o aplicativo, que possui item fixo na barra de notificações para maior rapidez da ação de abrir o chamado. Para a titular do Juizado, juíza Rosa Mendonça, “esse é um dispositivo que as mulheres estão fazendo questão de usar. Às vezes, só o tempo de ela ligar por socorro, demora muito e pelo aplicativo é praticamente imediato, principalmente porque não é preciso passar dados, já que tudo já está registrado”, esclareceu.
A informação foi reiterada pelo capitão Messias Mendes, comandante da Uniseg I. “Não há dúvida de que vai haver um grande incremento das forças de segurança. Porque a mulher não vai perder tempo explicando sobre o agressor, o local onde está e do que se trata. Um acionamento de emergência por telefone não demora menos que cinco minutos, tudo isso é muito precioso pra segurança da mulher. Estudos mostram que cada minuto gasto reduz em 10% a capacidade de resposta da polícia, ou seja, o aplicativo pode melhorar essa capacidade em no mínimo 50%.”
Os dados serão sigilosos e de conhecimento apenas da polícia. O sistema estará disponível para aparelhos Android, com 3G/wi-fi e GPS. Se houver demanda, poderá ser expandido para outras plataformas.
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