Inconto Marcado encerra em Acarape a circulação de 2015

A segunda edição do projeto encerra as atividades beneficiando mais de 19 mil alunos e professores da rede pública de ensino do Ceará

Com oficinas de teatro e apresentação de espetáculo, o projeto Inconto Marcado encerra em Acarape, nos dias 8 e 9 de dezembro, a circulação por dez cidades em 2015, referente ao VII Edital Mecenas das Artes. InConto Marcado é um projeto de cidadania cultural, formação de plateia, acessibilidade à arte e é também uma ação de incentivo à leitura.

Circulando em uma carreta personalizada, lembrando os antigos carros de teatro mambembe, três artistas e arte-educadores conduzem o projeto que teve inicio no mês de abril na cidade de Pacatuba. Em cada cidade foram realizadas duas sessões das peças Fio após Fio e Brejo das Flores e oficinas para professores e alunos da rede pública. Contemplado pelo VI e VII Edital Mecenas das Artes, o Inconto Marcada 2015 tem patrocínio exclusivo da Coelce.

Escolas de Acarape interessadas em participar levando os alunos aos espetáculos e alunos e professores às oficinas, podem entrar em contato com a produção do InConto Marcado pelo email: contatoincontomarcado@gmail.com. 

OFICINAS

A programação do Inconto Marcado em Acarape começa no dia 8, com a realização de duas oficinas de teatro com ênfase na contação de história, uma para professores e outra para estudantes da rede pública, de 8 a 14 anos. Ambas acontecerão na Quadra Nila Vasconcelos (Rua Chico Vieira, Centro). A primeira, das 8h às 11h e, a segunda, das 14h às 17h.

Cada oficina atende até 80 participantes, prioritariamente da rede pública de ensino ou profissionais que atuam em projetos socioculturais. Ao final, todos recebem Certificado de Participação. 

ESPETÁCULO

No dia 9, em sessões às 9h e às 14h30, também na quadra, a trupe do Inconto Marcado apresenta o espetáculo teatral, que é  a dramatização de dois Contos da literatura brasileira: Fio após Fio, de Marina Colasanti, que narra história de duas Fadas bordadeiras e irmãs, Nemésia e Gloxínia; e Brejo das Flores, de autoria do escritor pernambucano Luís Jardim, um conto repleto de singeleza e alegria, que narra a história de um “certo menino mágico” e seus amigos, que resolveram brincar de circo, lá no Brejo das Flores. 

Daniele Rodrigues, Solange Teixeira e Mateus Miranda dão vida aos personagens dos contos, mesclando a linguagem da literatura, do teatro e da contação de histórias, a forma mais antiga e sempre atual de aprendizagem humana. Com uma hora de duração, o espetáculo é rico de elementos cênicos e principalmente de conteúdo. Apresenta os dois contos de forma bastante distinta um do outro, instigando e surpreendendo o espectador. O primeiro é clássico, misterioso, imponente, reflexivo. O segundo é colorido, alegre, vivaz, interativo. Os cenários, figurinos, adereços, trilha sonora e estilo da interpretação evidenciam todas essas diferenças de forma a revelar as múltiplas possibilidades do ato de “contar histórias”. Cenários, figurinos e adereços foram criados pelo artista plástico Marcelo Santiago. Ilustrações de Rosana Mapurunga. 

O PROJETO

Democratizar o acesso à arte é o objetivo maior do Inconto Marcado. Unindo arte, educação e formação, o projeto realizou, gratuitamente, oficinas de teatro e apresentações teatrais nas cidades visitadas. No total 19.500 professores e alunos terão sido beneficiados pelo projeto em 2015, após a visita à cidade de Acarape.

Esta é a segunda edição do InConto Marcado, que em 2010 ganhou o Prêmio FUNARTE de Circulação Literária. Com o recurso, o projeto foi realizado em três cidades do Ceará (Barbalha, Nova Olinda e Crato) e quatro de Tocantins (Novo Acordo, Santa Tereza do Tocantins, Lagoa do Tocantins e Aparecida do Rio Negro). Na primeira edição, o espetáculo foi visto por 10 mil crianças e a oficina ministrada para 504 professores da rede pública, com o apoio das Secretarias de Educação e Cultura dos municípios e do Governo do Estado do Tocantins. 

OS ARTISTAS 

De Narizinho a Zélia Gattai - O projeto foi criado pela atriz e diretora Daniele Rodrigues, que iniciou sua carreira artística aos 9 anos de idade, interpretando a Narizinho do Sítio-do-Pica-Pau-Amarelo, na Rede Globo (1981). Daniele também protagonizou Zélia Gattai na minissérie Anarquistas Graças a Deus, dirigida por Walter Avancini e baseada na obra homônima da autora. Atuou na novela Renascer, considerada um marco na televisão brasileira 1992 (interpretou Juliette na primeira fase), e em 1994 atuou no remake de Irmãos Coragem, interpretando a personagem Deolinda.

A mais premiada atriz cearense - Solange Teixeira participa do projeto com Daniele desde sua criação, em 2010. Ambas contam com mais de 30 anos de carreira no Teatro, TV e Cinema. Solange trabalhou em mais de 30 peças, entre as quais, "As Anjas", que lhe rendeu prêmio de Melhor Atriz no FESTMINAS (MG), Festival de Anápolis (GO) e FNT de Guaramiranga (CE). No cinema, atuou em "O Auto da Camisinha", com Chico Anísio e Gero Camilo. com a peça "As Anjas". Desde2005 participa do projeto visita espetacular no Theatro José de Alencar com o ator Robério Diógenes. Em 2015 recebeu o troféu Carlos Câmara por sua contribuição ao teatro cearense. 

Músico em cena - Estudante de Música na Universidade Federal do Ceará (UFC), Mateus Miranda é um talentoso intérprete e compositor. Cantor por natureza começou a estudar cavaquinho aos 13 anos e depois passou para o violão. Mateus vem se destacando na cena musical cearense com seu estilo jazz psicodélico de interpretar e compor canções. Já participou de diversos festivais de música e arte apresentando suas canções autorais e também de compositores consagrados. De 2013 a 2015 foi produtor e apresentador do programa radiofônico Musicultura – Reflexões e Ressonâncias Musicais – sob a direção e a convite do Prof. Pedro Rogério, filho de Rodger Rogério e Teti, dois dos grandes artistas que formaram o célebre Pessoal do Ceará, na década de 1970, dentre eles, Fagner, Fausto Nilo e Ednardo.

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A OFICINA 

A Oficina de Teatro com ênfase na contação de histórias foi criada com o intuito de proporcionar a professores e alunos maior consciência da importância e da magia da leitura e da dramatização para a comunicação. Sabe-se que é, sobretudo, na escola e em sua própria casa que a criança deve ser estimulada a fim de despertar o seu interesse pela leitura e pelas artes. Por isso, o projeto conta histórias e ensina a contar histórias. Simultaneamente, propicia aos participantes maior autoestima, desinibição, socialização e a apropriação de novos métodos de trabalho (do ensino fundamental) para fomento da leitura como ato de prazer e fonte de conhecimento. 

A oficina utiliza recursos da linguagem literária e técnicas de artes cênicas/contação de histórias. Essa capacitação é essencialmente “prática”. São ministrados exercícios que os participantes poderão utilizar para se aprimorar e se desenvolver. Serão utilizadas algumas técnicas como: exercícios de respiração e de ampliação da capacidade vocal; técnicas de expressão corporal; dinâmicas interativas de sensibilização e de auto-observação, estímulo à imaginação e outras.

 O conteúdo da oficina e a posterior e constante aplicação de seus exercícios e sugestões como uma diversidade de estratégias corporais, vocais e dramáticas, irá capacitá-los a contar histórias de forma envolvente e interessante, capaz de prender a atenção e tocar a imaginação dos ouvintes/espectadores. O que se pretende é estimular o uso da sensibilidade, a criatividade, a psicologia, o conhecimento de mundo, o conteúdo pedagógico, tudo voltado para a importante arte de contar histórias. Ousar, brincar com os sons, impor o ritmo, o gesto, a entonação da voz, fazendo com que, naquele momento “in conto”, a criança fique envolvida e encantada pelo conteúdo e pela riqueza da história.