A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) convoca, neste mês de maio, os motoristas que operam por aplicativos com veículos de final de placa 3 para a realização de vistoria anual. O serviço é realizado na nova sede da Etufor, localizada no Passaré. Em 2025, foram vistoriados um total de 3.610 veículos. Somente em abril, 930 veículos foram considerados aptos para a prestação do serviço de transporte por aplicativo. Os motoristas que operam pelas plataformas devem programar suas vistorias anualmente, conforme o calendário publicado no Diário Oficial do Município, que é divulgado pela Etufor na imprensa, nas redes sociais do órgão e no site da Prefeitura de Fortaleza. O serviço é obrigatório para motoristas que desejem trabalhar por serviços sob demanda e é realizado somente via agendamento. O agendamento deve ser feito exclusivamente pelo site da Etufor . Após este passo, é necessário emitir o documento de arrecadação municipal (DAM) no valor de R$ 134,98, apresen...
Errou quem imaginou que o governo do Estado rebateria as declarações dadas pelo presidente das Lojas Riachuelo e vice-presidente do Grupo Guararapes, Flávio Rocha, à TRIBUNA DO NORTE, no último domingo. Benito Gama, secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, "assina embaixo" de tudo que Flávio disse, concordando que o RN é um ambiente hostil ao empresariado. À TN, Benito afirmou que o empresário havia sido 'feliz' em todas as suas colocações. Procurado pela equipe de reportagem, Flávio reafirmou tudo o que havia dito, mas continuou sem especificar o que tornaria o Estado tão hostil. Já em Natal, onde participa do Fórum Empresarial do RN e recebe uma comenda, Flávio Rocha, preferiu não comentar a repercussão que a entrevista teve. Afirmou, entretanto, que o Grupo Guararapes, que está construindo uma fábrica no Ceará, pode mudar de ideia a qualquer momento e investir na fábrica potiguar.
As declarações de Flávio Rocha foram interpretadas como um pedido de socorro por entidades de classe como a Federação das Indústrias do RN e a das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RN (FCDL/RN). O presidente da FIERN, Amaro Sales, agendou uma reunião com o empresário para traçar estratégias de enfrentamento aos problemas vividos pela Guararapes. "Há incompreensões de setores de regulação que dificultam o investimento e punem o empresário", admitiu Amaro Sales. Segundo o presidente da FCDL, Marcelo Rosado, Flávio Rocha não foi o primeiro a reclamar da hostilidade do RN. "Ouço isso de vários empresários, que estão no RN há décadas e agora montam investimentos em outros Estados".
Para Flávio Azevedo, ex-presidente da Fiern e atual vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), "estamos sim vivendo num ambiente hostil". Insegurança jurídica, infraestrutura carente e incentivos tímidos estão expulsando os investidores do RN. Azevedo se recorda de vários empresários que vieram até o RN sondar o ambiente de negócios e acabaram optando por investir em estados com melhor infraestrutura, como o Ceará, citado por Flávio Rocha. "Se uma empresa com a potência da Guararapes se sente desestimulada a investir no nosso Estado, imagine as de menor porte". Segundo Azevedo, o que mais pesa na balança é a falta de um planejamento racional de médio e longo prazo. O RN é um dos poucos estados que não contam com um plano de industrialização. "Nossa política industrial é absolutamente inconsistente", afirma Azevedo. "O Estado também não tem uma política de incentivos definida", acrescenta.
Benito Gama, da Sedec, concorda que o "clima inibe investidor", sem especificar que clima seria esse nem como ele inibe o empresariado. O secretário, que veio de um Estado pujante como a Bahia, reconhece que o 'RN parou, enquanto os outros avançaram'. "Pernambuco tem petroquímica, transnordestina, porto. O Ceará tem porto, transnordestina, siderúrgica. Nós não temos nada disso", compara. O secretário acredita, porém, que o Estado está virando o jogo. "Vamos nos colocar em pé de igualdade com os outros estados".
Marcelo Rosado, que já foi secretário estadual da indústria, não é tão otimista. "O ideal seria fazer melhor que os Estados vizinhos, mas já que não conseguirmos, vamos tentar, pelo menos, acompanhá-los". O RN poderia começar oferecendo os mesmos incentivos. "Quando eu era secretário, concedíamos 75% de ICMS aos industriais. Naquela época, outros Estados, mais agressivos, já concediam 99% de ICMS. O tempo passou e a gente continua concedendo 75%", observa.
As dificuldades, entretanto, não se restringem ao Rio Grande do Norte, ressalta João Lima, executivo e presidente do Sindicato da Indústria Têxtil do RN. "Está difícil ser industrial em todo Brasil", admite.
Deputados estaduais demonstram preocupação
A entrevista do vice-presidente do grupo Guararapes, Flávio Rocha, à TRIBUNA DO NORTE, publicada domingo, repercutiu também na classe política. Deputados estaduais da bancada governista e oposicionista se mostraram preocupados com o "ambiente de hostilidade" no Rio Grande do Norte, relatado pelo empresário, o que estaria a classe empresarial a investir em outros Estados.
O deputado estadual Walter Alves (PMDB) disse que é preocupante a declaração de Flávio Rocha e defendeu uma maior interlocução do Governo com a classe empresarial. "Vi com preocupação o alerta do empresário que é conhecido e reconhecido; geração de emprego é fundamental e o Governo precisa ser um facilitador para superar os obstáculos", comentou o parlamentar.
Para Walter Alves é motivo de lamentação uma empresa do Rio Grande do Norte se instalar no vizinho Ceará. "É necessário se articular no sentido de melhorar a articulação, facilitar e trazer os investimentos para o nosso Estado", destacou.
O deputado estadual Fábio Dantas (PHS) analisou que as declarações do empresário Flávio Rocha exigem uma reflexão por parte do Governo Rosalba Ciarlini. "O Rio Grande do Norte não pode perder os investimentos de um grupo como a Guararapes, o Governo precisa refletir e dar uma arrumada", observou o parlamentar.
Para o deputado do PHS a necessidade dessa reflexão é para a administração estadual encontrar mecanismos de manter os investimentos do setor empresarial no Estado do Rio Grande do Norte. "Acreditávamos que a chegada do novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante representaria mais investimentos da indústria, as declarações dele (Flávio Rocha) acenderam uma luz de alerta", completou Fábio Dantas.
Governadora vê declaração como sinal de alerta
Se os empresários e industriais do Rio Grande do Norte interpretaram as declarações de Flávio Rocha como um pedido de socorro, a governadora Rosalba Ciarlini interpretou como um alerta. "Flávio mostrou que há dificuldades. E nós precisamos superá-las", afirmou, após reunião com a presidenta Dilma Rousseff, em Sergipe. Deficiências não seriam novidade. Estudo elaborado pelo grupo inglês Economist e publicado na revista Veja em dezembro de 2011 já colocava o Rio Grande do Norte entre os piores ambientes de negócios no país.
O Rio Grande do Norte ficou abaixo da média nacional nas oito categorias avaliadas, incluindo ambientes político e econômico, política para investimentos estrangeiros, infraestrutura para atrair investimentos, recursos humanos, sustentabilidade, tributos e inovação. Na categoria infraestrutura, por exemplo, o estado obteve média zero, junto a outros nove estados. Além disso, aparecia entre os sete piores em incentivos para investimentos e políticas para (atração de) capital estrangeiro.
"A situação é lamentável", avaliou o economista Marcus Guedes, à época. Segundo ele, nessas condições, nenhum investidor externo (e interno) iria concentrar suas possibilidades de investimentos no RN. "As decisões desses investidores estarão voltadas para ambientes de negócios mais propícios a um melhor retorno para os seus investimentos", observou, por ocasião do lançamento do estudo. Segundo matéria que acompanhava o ranking, publicada na Veja, estabilidade política e econômica, crescimento do mercado consumidor e incentivos fiscais faziam do Brasil um país bastante atrativo para os investidores estrangeiros. Mas nem todos os estados conseguiriam aproveitar essa oportunidade. O RN, segundo o documento, seria um deles.
Embora tivesse obtido uma boa média na subcategoria crescimento do mercado, ficando na frente de Estados com São Paulo e Rio de Janeiro, o Rio Grande do Norte apresentava uma das dez piores redes de estradas do Brasil. Num país em que quase 90% da produção é escoada através de caminhões, a falta de estradas é um entrave para quem quer produzir.
Segundo o estudo, deficiências de infraestrutura prejudicavam a atuação das empresas e elevavam custos de logística, afugentando os investidores. Segundo Rosalba, o governo do Estado está fazendo tudo o que está ao seu alcance. "Precisamos, entretanto, dar as mãos e juntas os esforços para seguir em frente. Esse é o nosso apelo".
Fonte: Jornal Tribuna do Norte
As declarações de Flávio Rocha foram interpretadas como um pedido de socorro por entidades de classe como a Federação das Indústrias do RN e a das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RN (FCDL/RN). O presidente da FIERN, Amaro Sales, agendou uma reunião com o empresário para traçar estratégias de enfrentamento aos problemas vividos pela Guararapes. "Há incompreensões de setores de regulação que dificultam o investimento e punem o empresário", admitiu Amaro Sales. Segundo o presidente da FCDL, Marcelo Rosado, Flávio Rocha não foi o primeiro a reclamar da hostilidade do RN. "Ouço isso de vários empresários, que estão no RN há décadas e agora montam investimentos em outros Estados".
Para Flávio Azevedo, ex-presidente da Fiern e atual vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), "estamos sim vivendo num ambiente hostil". Insegurança jurídica, infraestrutura carente e incentivos tímidos estão expulsando os investidores do RN. Azevedo se recorda de vários empresários que vieram até o RN sondar o ambiente de negócios e acabaram optando por investir em estados com melhor infraestrutura, como o Ceará, citado por Flávio Rocha. "Se uma empresa com a potência da Guararapes se sente desestimulada a investir no nosso Estado, imagine as de menor porte". Segundo Azevedo, o que mais pesa na balança é a falta de um planejamento racional de médio e longo prazo. O RN é um dos poucos estados que não contam com um plano de industrialização. "Nossa política industrial é absolutamente inconsistente", afirma Azevedo. "O Estado também não tem uma política de incentivos definida", acrescenta.
Benito Gama, da Sedec, concorda que o "clima inibe investidor", sem especificar que clima seria esse nem como ele inibe o empresariado. O secretário, que veio de um Estado pujante como a Bahia, reconhece que o 'RN parou, enquanto os outros avançaram'. "Pernambuco tem petroquímica, transnordestina, porto. O Ceará tem porto, transnordestina, siderúrgica. Nós não temos nada disso", compara. O secretário acredita, porém, que o Estado está virando o jogo. "Vamos nos colocar em pé de igualdade com os outros estados".
Marcelo Rosado, que já foi secretário estadual da indústria, não é tão otimista. "O ideal seria fazer melhor que os Estados vizinhos, mas já que não conseguirmos, vamos tentar, pelo menos, acompanhá-los". O RN poderia começar oferecendo os mesmos incentivos. "Quando eu era secretário, concedíamos 75% de ICMS aos industriais. Naquela época, outros Estados, mais agressivos, já concediam 99% de ICMS. O tempo passou e a gente continua concedendo 75%", observa.
As dificuldades, entretanto, não se restringem ao Rio Grande do Norte, ressalta João Lima, executivo e presidente do Sindicato da Indústria Têxtil do RN. "Está difícil ser industrial em todo Brasil", admite.
Deputados estaduais demonstram preocupação
A entrevista do vice-presidente do grupo Guararapes, Flávio Rocha, à TRIBUNA DO NORTE, publicada domingo, repercutiu também na classe política. Deputados estaduais da bancada governista e oposicionista se mostraram preocupados com o "ambiente de hostilidade" no Rio Grande do Norte, relatado pelo empresário, o que estaria a classe empresarial a investir em outros Estados.
O deputado estadual Walter Alves (PMDB) disse que é preocupante a declaração de Flávio Rocha e defendeu uma maior interlocução do Governo com a classe empresarial. "Vi com preocupação o alerta do empresário que é conhecido e reconhecido; geração de emprego é fundamental e o Governo precisa ser um facilitador para superar os obstáculos", comentou o parlamentar.
Para Walter Alves é motivo de lamentação uma empresa do Rio Grande do Norte se instalar no vizinho Ceará. "É necessário se articular no sentido de melhorar a articulação, facilitar e trazer os investimentos para o nosso Estado", destacou.
O deputado estadual Fábio Dantas (PHS) analisou que as declarações do empresário Flávio Rocha exigem uma reflexão por parte do Governo Rosalba Ciarlini. "O Rio Grande do Norte não pode perder os investimentos de um grupo como a Guararapes, o Governo precisa refletir e dar uma arrumada", observou o parlamentar.
Para o deputado do PHS a necessidade dessa reflexão é para a administração estadual encontrar mecanismos de manter os investimentos do setor empresarial no Estado do Rio Grande do Norte. "Acreditávamos que a chegada do novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante representaria mais investimentos da indústria, as declarações dele (Flávio Rocha) acenderam uma luz de alerta", completou Fábio Dantas.
Governadora vê declaração como sinal de alerta
Se os empresários e industriais do Rio Grande do Norte interpretaram as declarações de Flávio Rocha como um pedido de socorro, a governadora Rosalba Ciarlini interpretou como um alerta. "Flávio mostrou que há dificuldades. E nós precisamos superá-las", afirmou, após reunião com a presidenta Dilma Rousseff, em Sergipe. Deficiências não seriam novidade. Estudo elaborado pelo grupo inglês Economist e publicado na revista Veja em dezembro de 2011 já colocava o Rio Grande do Norte entre os piores ambientes de negócios no país.
O Rio Grande do Norte ficou abaixo da média nacional nas oito categorias avaliadas, incluindo ambientes político e econômico, política para investimentos estrangeiros, infraestrutura para atrair investimentos, recursos humanos, sustentabilidade, tributos e inovação. Na categoria infraestrutura, por exemplo, o estado obteve média zero, junto a outros nove estados. Além disso, aparecia entre os sete piores em incentivos para investimentos e políticas para (atração de) capital estrangeiro.
"A situação é lamentável", avaliou o economista Marcus Guedes, à época. Segundo ele, nessas condições, nenhum investidor externo (e interno) iria concentrar suas possibilidades de investimentos no RN. "As decisões desses investidores estarão voltadas para ambientes de negócios mais propícios a um melhor retorno para os seus investimentos", observou, por ocasião do lançamento do estudo. Segundo matéria que acompanhava o ranking, publicada na Veja, estabilidade política e econômica, crescimento do mercado consumidor e incentivos fiscais faziam do Brasil um país bastante atrativo para os investidores estrangeiros. Mas nem todos os estados conseguiriam aproveitar essa oportunidade. O RN, segundo o documento, seria um deles.
Embora tivesse obtido uma boa média na subcategoria crescimento do mercado, ficando na frente de Estados com São Paulo e Rio de Janeiro, o Rio Grande do Norte apresentava uma das dez piores redes de estradas do Brasil. Num país em que quase 90% da produção é escoada através de caminhões, a falta de estradas é um entrave para quem quer produzir.
Segundo o estudo, deficiências de infraestrutura prejudicavam a atuação das empresas e elevavam custos de logística, afugentando os investidores. Segundo Rosalba, o governo do Estado está fazendo tudo o que está ao seu alcance. "Precisamos, entretanto, dar as mãos e juntas os esforços para seguir em frente. Esse é o nosso apelo".
Fonte: Jornal Tribuna do Norte
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