A bandeira tarifária de energia elétrica em agosto será verde, o que significa que as contas de luz dos consumidores não terão custo extra no próximo mês. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as condições favoráveis para geração de energia elétrica no país permitem a adoção da bandeira sem cobrança. No mês passado, a Aneel tinha estabelecido bandeira amarela, com acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kW/h consumidos, por causa da previsão de chuva abaixo da média e a expectativa de aumento do consumo de energia. “No final de junho, houve uma expectativa de menor volume de chuvas para julho, o que se confirmou na maior parte do país. Porém, o volume de chuvas na Região Sul neste mês contribuiu para a definição da bandeira verde em agosto”, explicou o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa. Criado pela Aneel em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias indica aos consumidores os custos da geração de energia no Brasil. O cálculo para acionamento de cada bandeira leva em c
SSPDS promove encontro entre representantes da comunidade judaica e autores de comentários racistas em rede social
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) promoveu, na última sexta-feira (31), um encontro entre representantes da comunidade judaica no Brasil e os quatro autores de comentários racistas direcionados aos judeus em uma rede social. As partes se reuniram para uma conversa sobre arrependimento, empatia, compreensão e bastante aprendizado sobre a cultura judaica com os representantes do Movimento Sinagoga Sem Fronteiras, que representa 25 comunidades judaicas no Brasil. Ao final do bate-papo, os estudantes, com idades entre 20 e 23 anos e acompanhados dos pais, compreenderam que eles tinham muito mais semelhanças do que diferenças. Participaram da reunião o secretário da SSPDS, André Costa, a delegada Patrícia Sena, o rabino Gilberto Ventura, a rabinit Jacqueline Ventura, o presidente da comunidade judaica de Fortaleza, Ribamar de Almeida, e o presidente da comunidade judaica de Tibau, no Rio Grande do Norte, Fabiano Cavalcante.
A distância que separou os insultos postados em uma rede social e os ofendidos ganhou um novo significado após o encontro. Papo vai, papo vem. A conversa tomou um rumo inusitado quando o rabino começou a relembrar costumes nordestinos que foram herdados do convívio com os primeiros judeus que chegaram ao Brasil, fugindo da perseguição na Europa. Apontar o dedo em direção à Lua dá verruga? De acordo com o rabino, não. O costume deriva de uma das tradições da comunidade judaica de apontar o dedo em direção as três estrelas que surgem no céu tão logo o Sol se põe. Esse evento caracteriza o fim do “Shabat” ou “Sabá”, o sábado em que os judeus descansam, seguindo as tradições da Torá, escrituras sagradas da religião que trazem os livros do Velho Testamento.
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Um dos estudantes que esteve no encontro revelou que o episódio lhe serviu para abrir os olhos em relação ao outro. “Ao mesmo tempo em que eu me sinto profundamente arrependido e aliviado, eu sinto que essa foi uma conversa extremamente necessária para me elucidar em várias questões, como a questão do estereótipo e das minhas próprias origens. Até para rever um pouco o quão nocivo pode ser o nosso comportamento na internet. Essa falsa sensação de liberdade, que lá é terra sem lei, que ninguém está olhando. Isso é pura ilusão. Você tem que ter plena convicção que você é completamente responsável por seus atos. Você tem que disseminar a empatia, você tem que pensar no próximo, independente do que for fazer. É preciso ter mais empatia, pensar mais em quem está ao meu redor”.
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Questionado sobre qual foi o momento mais marcante da conversa, um segundo estudante respondeu que foi o fato de ele perceber que não era tão diferente dos judeus. “Como ser humano, eu percebi que nós não somos tão diferentes assim como eu pensava. Somos muito parecidos. A gente sofre, a gente sente boas emoções. E é isso que estamos fazendo aqui”. Um terceiro garoto admitiu que não conhecia a cultura judaica e que o caso lhe serviu de lição. “Isso tudo serviu não só para abrir minha cabeça, mas para me desafiar a melhorar como pessoa e progredir sempre mais. Não repetir os mesmos erros, procurar melhorar meu convívio social e ter mais empatia para chegar aonde eu quero me tornar, uma pessoa maravilhosa, que todo mundo gosta”, disse. “Vou tentar extrair o máximo do que foi dito aqui para carregar para a vida inteira”, concluiu o quarto jovem.
Para selar a proximidade entre a comunidade judaica e os nordestinos, o Rabino Gilberto Ventura e os demais representantes entoaram uma versão de um cântico judeu ao ritmo de “Asa Branca”. Considerada hino do nordestino, a canção foi imortalizada na voz do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
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O caso
O episódio de racismo e ameaça na internet ganhou repercussão após a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) iniciar uma investigação de comentários racistas em uma rede social, nos quais os estudantes cearenses direcionavam ameaças, citando um atentado a uma sinagoga localizada em Fortaleza. O caso foi divulgado no último dia 21 de janeiro, data que marca o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa no Brasil. O trabalho de investigação foi conduzido por policiais civis do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
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