Fortaleza é uma das cinco cidades brasileiras selecionadas para iniciativa nacional de combate ao calor urbano Projeto-piloto da Prefeitura de Fortaleza propõe corredor verde com impacto direto para mais de 77 mil moradores

  

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A baixa arborização somada à alta densidade de construções intensifica o estresse térmico e representa um risco à saúde, principalmente para as populações mais vulneráveis (Foto: Marcos Moura)

A Prefeitura de Fortaleza deu mais um importante passo na construção de políticas públicas voltadas à sustentabilidade e ao enfrentamento das mudanças climáticas. A capital cearense foi uma das cinco cidades brasileiras selecionadas no edital nacional promovido pelo instituto de pesquisa WRI Brasil, por meio da iniciativa Acelerador de Soluções para o Calor Urbano. O anúncio foi feito em Brasília, na última quinta-feira (11/09), durante a conferência Cidades Verdes Resilientes.

O projeto selecionado, intitulado Corredores Verdes, foi desenvolvido pela Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) e propõe a implantação de um corredor verde que conecta importantes vias da cidade – as avenidas Leste Oeste, José Jatahy e Sargento Hermínio – ao Parque Rachel de Queiroz. A proposta está alinhada à Política de Caminhabilidade e Rede de Conectores Verdes, conforme previsto no plano de governo municipal, além de incentivar a mobilidade ativa de pedestres e ciclistas.

Além de Fortaleza, também foram contempladas as cidades do Recife, Teresina, Campinas e Florianópolis. Ao integrar o programa, os municípios recebem apoio técnico especializado para aprofundar o projeto, torná-lo viável para captação de recursos e prepará-lo para a fase de execução. As atividades seguem até março de 2026, quando está previsto evento nacional reunindo as cidades selecionadas com instituições financeiras e parceiros de investimento.

Corredores Verdes: impacto ambiental e social

O projeto-piloto abrange os bairros Pirambu, Jacarecanga, Monte Castelo, São Gerardo e Presidente Kennedy, impactando diretamente mais de 77 mil moradores. As intervenções incluem arborização estratégica, requalificação de praças, aplicação de pavimentos permeáveis e criação de áreas de sombreamento, conectando parques urbanos e áreas verdes já existentes por meio do esverdeamento da infraestrutura urbana.

De acordo com estudo realizado pela Prefeitura, a área selecionada possui apenas 0,35 km² de cobertura vegetal, número abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estipula um mínimo de 12 m² de área verde por habitante. A baixa arborização somada à alta densidade de construções intensifica o estresse térmico e representa um risco à saúde, principalmente para as populações mais vulneráveis.

WRI Brasil

O WRI Brasil é um instituto de pesquisa com atuação no desenvolvimento de estudos e implementação de soluções sustentáveis em clima, florestas e cidades. O grupo trabalha em parceria com governos, empresas, academia e sociedade civil, e faz parte do World Resources Institute (WRI), instituição global de pesquisa com atuação em mais de 60 países. O WRI conta com o conhecimento de aproximadamente 1.400 profissionais em escritórios no Brasil, China, Estados Unidos, Europa, México, Índia, Indonésia e África.

O Acelerador de Soluções para o Calor Urbano é parte da iniciativa Data for Cool Cities. Liderada pelo WRI com o apoio da Google.org, a iniciativa visa apoiar os tomadores de decisão em cidades a agirem com base em dados para enfrentar o calor extremo.