Quinto júri da Chacina do Curió termina com réus condenados a penas que somam mais de 500 anos de prisão

Após 43 horas de julgamento, o quinto júri da Chacina do Curió terminou, nesta quarta-feira (24/09), na capital, com a condenação dos dois réus pelos crimes de homicídio qualificado (11 vezes), homicídio tentado (três vezes), além de tortura física (três vezes) e tortura psicológica. O Conselho de Sentença acatou a denúncia do Ministério Público do Ceará e sentenciou Marcílio Costa de Andrade a 315 anos, 11 meses e 10 dias de prisão, e Luciano Breno Freitas Martiniano a 275 anos e 11 meses de reclusão. Após a leitura da sentença, foram expedidos os mandados de prisão e cumpridos em plenário. Os dois também perderam o cargo público de policial militar.
O Ministério Público foi representado no julgamento por quatro promotores de Justiça que compõem o colegiado que acompanha o caso. “O resultado é uma resposta da sociedade. Através do corpo de jurados, ela demonstra que não tolera essa violência praticada por agentes de segurança”, reiterou o procurador-geral de Justiça, Haley Carvalho, que acompanhou a leitura da sentença no Fórum Clóvis Beviláqua.
A chacina do Curió ocorreu em bairros da Grande Messejana, em novembro de 2015. Os dois réus condenados estavam de folga, à paisana e foram para os locais dos fatos após convocação de outros PMs, para vingar a morte de um colega de farda durante um latrocínio, horas antes.
Julgamentos
O júri foi o último da série de cinco julgamentos, que levaram ao banco dos réus 34 PMs acusados de participar do crime. O primeiro julgamento aconteceu entre os dias 20 e 25 de junho de 2023 e resultou na condenação de quatro réus. O segundo ocorreu também em 2023, entre os dias 29 de agosto e 6 de setembro. Os oito policiais militares foram absolvidos por negativa de autoria. Medidas cautelares e restrições de direitos foram revogadas. O recurso contra a sentença ainda está em análise. No mesmo ano, entre os dias 12 e 16 de setembro, o terceiro julgamento resultou na procedência parcial da denúncia com condenação, desclassificação e absolvição. Também houve recurso contra a sentença. Por fim, o quarto júri, ocorrido entre os dias 25 e 31 de agosto de 2025, absolveu os sete réus, tendo o MP já recorrido do resultado.
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