Elenco também fez trabalhos físicos em preparação para o duelo na Série B Link para compartilhamento: Copiar (Foto: Gabriel Silva/CearaSC) Na tarde desta terça-feira (07), no CT de Porangabuçu, o elenco do Ceará se reapresentou visando o próximo compromisso válido pelo Campeonato Brasileiro. Na sexta-feira (10), ás 19h, no Estádio Jorge de Biasi, em Novo Horizonte, no interior de São Paulo, o Vozão visita o Novorizontino pela quarta rodada da competição nacional. Os atletas que participaram por mais de 45 minutos do empate por 2 a 2 com o CRB, permaneceram na parte interna do CT realizando trabalhos regenerativos. Os demais foram a campo e, sob o comando do técnico Vagner Mancini, realizaram um trabalho de rondo de passes e, na sequência, um trabalho tático. Amanhã (08), pela manhã, o elenco fará o último treinamento preparatório para o duelo diante da equipe paulista. Departamento de Comunicação - CSC
— I ou, I ou!
O canto dos escravos dá o tom nesta obra e nos transporta para o Brasil do século 18: uma realidade de fidalgos e pés-rapados, de cantos africanos e rezas católicas, um quadro vivo e riquíssimo de detalhes do violento ciclo do diamante, por meio do qual Ana Miranda reconstrói a biografia de uma personagem que nos fascina há gerações.
Com narrativa colorida e vibrante, a autora revela o mundo do Brasil colonial por suas ligações com Xica da Silva: a escrava que se tornou a senhora mais poderosa das Minas de diamantes. Mostra-nos o reino de Daomé e a África por Maria mina – mãe de Xica –, capturada e trazida ao Brasil ainda criança. Apresenta-nos as Minas Gerais e seus costumes pela Xica menina, que vivia entre as brincadeiras nas matas e os deveres na cozinha. Expõe-nos mazelas do Brasil colônia e de Portugal pela Xica adulta, que, mesmo sem nunca ter saído da região do Distrito Diamantino, fazia com que a metrópole viesse até si, incentivando óperas, danças, artes, vestindo-se como uma fidalga, e ordenando a construção de um castelo, de um teatro e até mesmo de um lago e um navio em sua chácara, uma vez que nunca vira o mar.
Aqui surge a pessoa de Xica por suas muitas facetas e interpretações: da sedutora, capaz de dominar os homens com astúcia e sensualidade, à concubina amorosa, fiel ao marido e dedicada aos filhos, passando pelo papel de mecenas do Tijuco, de dona de cem escravos e administradora da maior riqueza de seu tempo. Uma mulher vitoriosa, revolucionária mesmo para os dias de hoje, irreverente, mandona, que superou com majestade a sua condição de escravizada, criando a lenda de uma Cinderela Negra.
TRECHO:
“Uma vida de tanta atividade desde a mais tenra infância vai delineando sua imagem, de galharda estatura, em músculos definidos, conformando um corpo bem torneado e firme. A figura de Xica, no fim de sua infância, começa a atrair a atenção de homens. Torna-se mulher na flor dos doze anos. De seus olhos irradia um fogo tão peculiar e o seio arfa em tão ansioso desejo que é difícil aos homens resistir a tais seduções.”
SOBRE A AUTORA:
Ana Miranda nasceu em Fortaleza, em 1951. Morou no Rio, em Brasília e em São Paulo. Hoje vive numa praia do Ceará. Estreou como romancista com Boca do Inferno (1989), que recebeu o Prêmio Jabuti de Revelação, foi traduzido para diversos idiomas e incluído no cânone dos grandes romances do século XX em língua portuguesa. Personagem do romance, o poeta Gregório de Matos foi revisitado pela autora em uma vasta biografia, Musa praguejadora (Record, 2014), consagrada pelo prêmio da Academia Brasileira de Letras. Sua obra literária pode ser vista em www.anamirandaliteratura.com. br.