A redução do pessimismo econômico no exterior e as apostas sobre os juros no Brasil fizeram o dólar ter o segundo dia consecutivo de queda expressiva. A bolsa de valores recuou pela primeira vez após três altas seguidas. O dólar comercial encerrou esta terça-feira (23) vendido a R$ 5,13, com recuo de R$ 0,038 (-0,74%). A cotação chegou a iniciar em alta, atingindo R$ 5,18 nos primeiros minutos de negociação, mas inverteu o movimento após a abertura dos mercados nos Estados Unidos. Na mínima do dia, por volta das 15h30, chegou a R$ 5,12. A moeda norte-americana está no menor nível desde o último dia 12, quando tinha fechado em R$ 5,12. A divisa acumula alta de 2,29% em abril e de 5,7% em 2024. Na semana passada, o dólar chegou a aproximar-se de R$ 5,30. No mercado de ações, o dia foi mais tenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 125.148 pontos, com queda de 0,34%. O indicador chegou a subir durante a tarde, mas não sustentou a alta, por causa da queda do preço do ferro no mercado i
A compra da Ypióca pela multinacional britânica Diageo, aliada ao reconhecimento da origem brasileira do produto nos EUA, devem dar força à expansão da bebida no exterior.
O presidente do Ibrac (Instituto Brasileira da Cachaça), Vicente Bastos, ilustra o potencial de crescimento fora do país com uma comparação ao desenvolvimento da tequila para uma bebida de apelo mundial.
"[o negócio] acena para amadurecimento da categoria como ocorreu com a tequila há 30 anos atrás. A tequila tinha preços médios muito baixos, pouca diferenciação, produtos com valor médio pequeno e houve processo de organização do mercado", afirma Bastos.
A aposta agora é que a estrutura de grupos de peso no mercado mundial ajude a cachaça a repetir o feito. A Diageo distribui mais de 15 marcas de bebidas, entre elas Smirnoff e Johnnie Walker, e é a maior em destilados no mundo.
A empresa fechou nesta semana a compra da Ypióca por R$ 900 milhões. A aquisição da marca nacional pela britânica aconteceu menos de um ano após a compra da Sagatiba pela italiana Campari.
Soma-se ao reforço das multinacionais ao setor da cachaça o reconhecimento da origem brasileira da bebida nos EUA. O acordo foi anunciado na visita da presidente Dilma Rousseff ao país, em maio, e atendeu a uma reivindicação de anos do setor. Antes dele, a bebida era chamada de rum brasileiro no país.
As exportações da cachaça brasileira vêm crescendo cerca de 7% ao ano em valores. No ano passado, a alta foi de 8,35% e o principal destino foi a Alemanha, que representou cerca de 19% desse bolo.
O avanço na medida em valores aconteceu apesar de uma queda de cerca de 6% no volume exportado no ano passado, o que sugere maior valor agregado ao produto.
Para Bastos, a ideia de evolução do mercado não está ligada apenas ao crescimento do volume, mas a uma valorização da bebida, com diferenciação de produto.
Segundo o consultor Adalberto Viviani, especializado no setor de bebidas, não houve ainda um trabalho forte de repercussão no exterior com marca de cachaça, apenas algumas tentativas.
"Temos ainda hoje que a maior marca de cachaça é a cachaça. Não temos uma marca mundial. Quem trabalhar melhor leva esse segmento", afirma. O investimento, segundo ele, está mais restrito ao ponto de venda e não ao trabalho de fortalecimento da marca.
Embora a Diageo tenha enfatizado o potencial do mercado nacional na compra da Ypióca, o aproveitamento de sua rede de distribuição é um caminho natural mais adiante.
Em entrevista sobre a transação, o presidente da empresa no país, Otto von Sothen, destacou o reconhecimento dos EUA como um importante passo para o setor e um mercado com grande potencial para a expansão da Ypióca.
Fonte: Portal Folha.com
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