A pesquisa da Confederação Nacional de Serviços (CNS) apontou que o setor já responde por 57% dos empregos formais do país. Com dados relativos ao mês de maio, o levantamento mensal da entidade apurou que o segmento é responsável por 31,686 milhões dos 55,6 milhões de postos de trabalho formais no Brasil. Com base nos dados do sistema RAIS-CAGED do Ministério do Trabalho e Emprego e informações do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o levantamento trouxe que o setor de serviços privados não financeiros alcançou 15,7 milhões de postos de trabalho. Ainda pelo levantamento, o segmento de serviços privados não financeiros abriu 682 mil de janeiro a maio de 2025 sobre igual período no ano passado. Neste ano, o acumulado até maio foi de 333 mil novos empregos no campo das empresas e 118 mil nos serviços voltados às famílias. Por sua vez, os setores de serviços de transportes registraram mais de 107 mil novos postos de trabalho no acumulado do ano de 2025 e igual período d...
A campanha tem como objetivo chamar atenção das pessoas para a importância de cuidar da saúde mental.
Depois do sucesso de iniciativas como Outubro Rosa e Novembro Azul, profissionais da área da Psicologia e demais áreas da saúde abraçam a campanha Janeiro Branco, que tem como objetivo de chamar a atenção da população para a importância de cuidar da saúde mental. “Saúde mental é o equilíbrio emocional do indivíduo diante de um convívio saudável com os outros, dentro de um contexto sociocultural. É o bem estar psíquico, sociocultural e físico. É mais do que ausência de transtornos psiquiátricos” afirma a psicóloga dra. Milena S. Mourão.
Em alusão a campanha, a Mão Amiga – instituição que trabalha em prol das pessoas com deficiência neuropsicomotora – realizará na terça-feira, (31/01) a palestra "Quem cuida da mente, cuida da vida", com a finalidade de conscientizar a população para uma saúde mental equilibrada.
A palestra será ministrada pela dra. Andrea Boto, nos horários da manhã (8h30) e à tarde (14h30), na sede da instituição. Ao final do encontro, haverá sorteio de brindes. Recomenda-se, caso seja possível, que as participantes da palestra possam vir com uma camiseta/blusa da cor branca.
O desequilíbrio emocional tem atingido pessoas de diferentes classes diferentes, em suas respectivas realidades. Rute Ferreira, por exemplo, mora no bairro Quintino Cunha, em Fortaleza, e tem cinco filhos. Um deles, Jackson Ferreira, de 9 anos, tem autismo, e é atendido pela Mão Amiga. Ela relata que, assim como em muitas famílias, existem tribulações no dia a dia que vão comprometendo a sua saúde mental.
“Descobri que meu filho tinha autismo com 4 anos. Meu mundo ‘se abriu’, comecei a chorar por que pensei que era uma doença grave. Não entendia esse problema. É difícil aceitar (a doença) por que pra gente é teimosia. A gente manda e ele não faz”, disse Rute. Atualmente separada, vive de aluguel, trabalha, cuida da sua mãe de 73 anos, e de mais quatro filhos. A rotina dela é bem cheia, o que pode contribuir para um desequilíbrio emocional.
“É importante a parceria da família no tratamento do familiar em desequilíbrio emocional, pois contribui no processo terapêutico, principalmente nas crianças”, disse a psicóloga Milena S. Mourão. Apenas à noite, ao se deitar, é que Rute Ferreira encontra descanso para a agitação do dia. “Em casa me deito, choro, amanheço e vivo de novo. Nem cuido da minha saúde mental, nem de jeito nenhum”, revela.
Com a Maria Cláudia, da Granja Portugal, não é diferente. Descobriu a gravidez aos 4 meses de gestação, e hoje é mãe do Marcos Vinícius, de 8 anos, que sofre de hiperatividade e retardo mental. Ela conta que muitas vezes deixou de sair com o filho para locais públicos para evitar críticas de pessoas que não entendiam a deficiência dele. “Ele não ficava quieto e era agressivo, e por isso, às vezes, não saía com ele. As pessoas ignoram demais. Olham o problema dele, criticam mandando eu bater nele” disse Maria Cláudia. “Tem que se controlar, se não a gente enlouquece. É muita luta.”, finaliza.
Muitos são os fatores que podem contribuir para uma saúde mental em desequilíbrio. “O que a gente vivencia nos tempos atuais são o estresse, as pressões sociais e as ansiedades. Além disso, fatores como pré-disposição genética e dificuldades empáticas contribuem para o adoecimento mental”, lembra Dra. Milena.
Valdelânia de Lima é mãe do Francisco Cauã, de 9 anos, que é autista. Até descobrir o problema do seu filho, Valdelânia relata que notava que algo estava errado com o desenvolvimento do filho, o que a preocupou. “Tive pré-eclampsia, e ao nascer ele teve dificuldade de mamar, não tinha coordenação motora de pegar nas coisas, e aos 2 anos ainda não falava”, disse Valdelânia.
A falta do convívio harmonioso na família não foi favorável, e isso dificulta o relacionamento e implica na saúde mental. “O tempo pra cuidar da gente é pouco. Tento me conscientizar, não me estressar demais. Procuro ficar calma, se não fico mais doente. E a família não entende, acha que é teimosia”, desabafa a mãe de Cauã.
Na opinião da psicóloga da Mão Amiga, em muitos casos, os indivíduos não aceitam a condição familiar que possuem e exigem mudanças, imposições. “Tem gente que acha que depressão é preguiça, por exemplo. Então, ao invés de ajudar o paciente, faz piorar o quadro. Se o especialista recomenda psicoterapia, a família se opõe com a ilusão de quem vai para psicólogo ou psiquiatra é doido, senso comum ainda muito evidente nos tempos atuais”, conta a psicóloga.
Mas, o que fazer para termos uma saúde mental estabilizada? Simples: atividade física, momentos de lazer, autoconhecimento e psicoterapia. “Quando há presença constante de pensamentos negativos, por exemplo, é necessário buscar ajuda de um profissional, mesmo que não apresente nenhum transtorno psiquiátrico. Atividade físicas aeróbicas contribuem para diminuição da ansiedade. ”, afirma Dra. Milena.
“A saúde mental não é uma mera ausência de transtorno psiquiátrico, é um contexto: biológico, sociocultural e o psíquico. Quando se tem esse equilíbrio, a gente consegue ter uma boa saúde mental. É preciso buscar o autoconhecimento, a observação das atitudes, pensamentos e sentimentos. É um olhar para dentro. A partir do momento que a gente olha pra si, a gente começa a se perceber e a se conhecer. O autoconhecimento é saúde mental”, finaliza Milena.
Sobre a Mão Amiga
A Clínica Popular Mão Amiga é uma Organização Não-Governamental, situada na Rua Padre Sá Leitão, 383, bairro Jóquei Clube, em Fortaleza, que desenvolve um trabalho efetivo junto a 350 crianças e adolescentes com necessidades especiais, enfocando os aspectos sócio, familiar, educacional, de saúde, cultura e lazer.
É uma clínica especializada no tratamento dos diversos distúrbios neuropsicomotores. Conta com uma equipe qualificada que atua de forma inter e multidisciplinar na avaliação diagnóstica e no tratamento das diversas enfermidades neuropsicomotoras. Oferece um conjunto de atividades individuais e/ou grupais realizadas por equipe multiprofissional, além de acompanhamento médico, terapia funcional, estimulação sensorial, estimulação psicomotora e orientação familiar visando a reeducação das funções físicas, cognitivas e sensoriais.
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