Acredita-se que a rabeca, um instrumento de corda e arco, precursor do violino, seja de origem árabe, e que chegou ao Brasil por meio dos portugueses e espanhóis. Menos refinado em comparação ao violino, a rabeca se popularizou no nordeste brasileiro e foi o primeiro instrumento melódico de cordas utilizado no forró. Na localidade de Sítio Baixio dos Gaviões, no município de Umari, a Mestra Ana da Rabeca domina o instrumento, o que lhe rendeu diversos títulos, e agora será o próximo Museu Orgânico a ser inaugurado pelo Sesc em parceria com a Fundação Casa Grande, no sábado, 27, a partir das 15h. Museu Mestra Ana da Rabeca será o primeiro Museu Orgânico do Sesc-CE a homenagear o ciclo instrumental popular do nordeste brasileiro. De acordo Alemberg Quindins, gerente de cultura do Sesc Ceará, é um museu que traz a tradição, o ciclo de diálogo e intercâmbio instrumental da nossa Região. “Ela é a única mulher rabequeira cearense, reconhecida como Mestra Tesouro Vivo do Ceará. E
Museu do Ceará: exposição sobre a saúde mental e a luta antimanicomial teve abertura nesta terça, 9/5
Integrando a programação da Semana de Museus, a mostra trata da leitura sobre o universo da saúde mental e da loucura a partir da perspectiva de mulheres e homens, usuários do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) e de artistas convidados
O Museu do Ceará, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), abriu a exposição "A Resistência e Luta: por um novo olhar para a loucura", com pinturas e esculturas de artistas como J. W. Crispim, Ernesto Sal, Marina Rodrigues, Camila Santos Sousa, Carlos Bandeira, Helena Karla e Francisco Lima, na tarde desta terça-feira, 9/5, reunindo um grande público. Integrando a programação da Semana de Museus e em parceria com o Fórum cearense da Luta Antimanicomial , a mostra trata da leitura sobre o universo da saúde mental e da loucura a partir da perspectiva de mulheres e homens, usuários do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) e de artistas convidados, que registraram, através de linguagens artísticas distintas, como pinturas e esculturas, suas angústias, esperanças e resistências cotidianas. A abertura contou com a presença de artistas como J. W. Crispim, Ernesto Sal e Camila Santos, que realizou uma performance.
Segundo a curadora da exposição e professora de história da Univerisade Federal do Ceará, Claúdia Oliveira, as artes, no contexto da exposição, tornam-se importantes instrumentais transformadores, tanto na perspectiva individual como coletiva. "É bom destacar que esse museu é um lugar de memória, de reconstituição histórica e nós temos aqui sujeitos que às vezes são visibilizados e outros que são silenciados. A gente observa que aqueles e aquelas que foram um dia chamados de loucos são historicamente sujeitos invibilizados. Por isso é muito gratificante trazer a temática sobre a loucura e a saúde mental para um espaço como este. É uma forma de ratificar e consolidar a ideia de que as mesmas pessoas que têm transtorno mentais e sofrimentos podem e devem ressiginifcar as angustias diárias. As obras de arte são uma forma de poder dar sentido à vida", comentou.
A exposição, acolhida pelo Museu do Ceará, faz parte das comemorações em torno do 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data em que se discute a necessidade da construção de uma sociedade em que elabore outras formas de lidar com a saúde mental. A data coincide com a 15ª Semana de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), de 15 a 21 de maio.
"Para nossa grata surpresa, o mês de maio é um mês que dedicamos à Luta Antimanicomial - fazendo uma reflexão sobre quais são as políticas públicas em relação à saúde mental - e ao mesmo tempo o mês de maio é quando se comemora os museus, refletimos sobre o papel dos museus na contemporaneidade. Temos um mês promissor de diálogos", destaca a curadora.
Complementando a programação da exposição, no dia 18/5, às 15h, o Museu do Ceará recebe a palestra "18 de Maio: dia de luta por uma sociedade sem manicômios, no passado e no presente", durante o projeto "Diálogos em História". "Vamos trabalhar um pouco sobre como surge a institucionalização da loucura, como surgem os hospitais psiquiátricos historicamente. Articularemos essa ideia com os tempos atuais, no sentido de dar voz ao sofrimento feminino, à violência contra a mulher e combatê-lo", destaca a professora Cláudia Oliveira.
Segundo a curadora da exposição e professora de história da Univerisade Federal do Ceará, Claúdia Oliveira, as artes, no contexto da exposição, tornam-se importantes instrumentais transformadores, tanto na perspectiva individual como coletiva. "É bom destacar que esse museu é um lugar de memória, de reconstituição histórica e nós temos aqui sujeitos que às vezes são visibilizados e outros que são silenciados. A gente observa que aqueles e aquelas que foram um dia chamados de loucos são historicamente sujeitos invibilizados. Por isso é muito gratificante trazer a temática sobre a loucura e a saúde mental para um espaço como este. É uma forma de ratificar e consolidar a ideia de que as mesmas pessoas que têm transtorno mentais e sofrimentos podem e devem ressiginifcar as angustias diárias. As obras de arte são uma forma de poder dar sentido à vida", comentou.
A exposição, acolhida pelo Museu do Ceará, faz parte das comemorações em torno do 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data em que se discute a necessidade da construção de uma sociedade em que elabore outras formas de lidar com a saúde mental. A data coincide com a 15ª Semana de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), de 15 a 21 de maio.
"Para nossa grata surpresa, o mês de maio é um mês que dedicamos à Luta Antimanicomial - fazendo uma reflexão sobre quais são as políticas públicas em relação à saúde mental - e ao mesmo tempo o mês de maio é quando se comemora os museus, refletimos sobre o papel dos museus na contemporaneidade. Temos um mês promissor de diálogos", destaca a curadora.
Percepções sobre a arte
Durante a abertura da exposição, o professor Raimundo Lima, que também compartilha a curadoria da mostra com a profª Cláudia Oliveira, falou sobre a percepções dos artistas retratadas nas obras. "Ao entrar na galeria, pode-se perceber a persona, a história e até mesmo a elaboração de conteúdos reprimidos dos artistas", comentou.
Já o artista J. W. Crispim, que tem suas obras reconhecidas nacionalmente, aproveitou para agradecer pela oportunidade de expor. "Agradeço o Museu do Ceará por nos dar oportunidade de mostra a importância da arte na saúde mental. Nas obras podemos ver mensagens. São sentimentos de tristeza e dor passados como alegria através de telas e esculturas", ressaltou.
Palestra
Complementando a programação da exposição, no dia 18/5, às 15h, o Museu do Ceará recebe a palestra "18 de Maio: dia de luta por uma sociedade sem manicômios, no passado e no presente", durante o projeto "Diálogos em História". "Vamos trabalhar um pouco sobre como surge a institucionalização da loucura, como surgem os hospitais psiquiátricos historicamente. Articularemos essa ideia com os tempos atuais, no sentido de dar voz ao sofrimento feminino, à violência contra a mulher e combatê-lo", destaca a professora Cláudia Oliveira.
Serviço
Exposição "A Resistência e Luta: por um novo olhar para a loucura"
Em cartaz até o dia 9 de junho, no Museu do Ceará (Rua São Paulo, 51 - Centro).
Em cartaz até o dia 9 de junho, no Museu do Ceará (Rua São Paulo, 51 - Centro).
Visitação: De terça-feira a sábado, de 9h às 17h
Entrada Franca.
Entrada Franca.