Um trabalho de inteligência desenvolvido pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) resultou na prisão preventiva de um homem, de 39 anos, suspeito de estupro contra uma colega de trabalho, uma mulher de 18 anos. O crime foi registrado em outubro deste ano, na cidade de Quixadá, na Área Integrada de Segurança 20 (AIS 20) do Ceará. Já a captura do homem, ocorreu por força de um mandado de prisão preventiva, nessa segunda-feira (20), em Quixeramobim (AIS 20). Logo que equipes da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Quixadá tomaram conhecimento do caso, iniciaram uma força-tarefa para capturar o alvo dessa investigação. Com base no que foi apurado, o crime ocorreu nas dependências de uma empresa, onde ambos trabalhavam. Ele se aproveitou que a vítima estava sozinha para praticar a ação criminosa. Diante da gravidade do caso, os policiais civis representaram pela prisão do homem, que foi acatada pelo Poder Judiciário. Com a decisão judicial em mãos, o homem foi localizado e condu...
*Atitude antirracista: Conselheiro Federal protocola proposta para garantir reserva de 30% dos cargos da OAB para advocacia negra*
O Conselheiro Federal da OAB pelo Bancada do Ceará, André Costa, protocolou, na última sexta-feira (3), uma proposta junto à Entidade nacional requerendo a implementação de ação afirmativa, na modalidade de cota racial. A ação afirmativa tem foco no âmbito dos seus órgãos (Conselho Federal, Conselhos Seccionais, Subseções e as Caixas de Assistência dos Advogados), para o preenchimento dos cargos de suas diretorias e de todos os seus membros (titulares e suplentes), por advogadas e advogados negros, no percentual de 30% das vagas a serem preenchidas, pelo período de 10 (dez) mandatos, contados a partir do primeiro mandato seguinte ao da eleição que for aprovada e implementada essa medida especial, podendo ser renovado, por igual prazo, conforme avaliação do Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB.
A proposta tem o total consentimento e apoio do presidente da OAB Ceará, Erinaldo Dantas. Ele destacou que a iniciativa do Conselheiro Federal André Costa é muito louvável e merece o reconhecimento de toda a advocacia do país. "Considero extremamente importante a participação de advogados(as) negros(as) nas direções e órgãos da OAB. Desde o início da nossa gestão temos nos pautado pela democracia, representatividade e paridade de gênero. Estabelecemos que as mulheres ocuparão mais de 50% dos cargos de presidentes de comissões. E assim tem sido. Na Escola Superior de Advocacia, o braço educacional da Ordem, também publicamos uma portaria conjunta (01/2020) que determina um contingente mínimo de 50% de mulheres para ocuparem função de palestrantes, facilitadoras, mediadoras e professoras em eventos promovidos pela ESA-CE", afirmou Dantas.
Para o advogado André Costa chegou o momento da OAB, entidade que defendeu ativamente a constitucionalidade da reserva de vagas por critérios étnico-raciais (cotas raciais) no ensino público superior, em 2012, e nos serviços públicos, inclusive nas Forças Armadas Brasileiras, em 2017, e no Supremo Tribunal Federal (STF). “Implantar mecanismos internos que assegurem a diversidade e a representatividade na ocupação e no exercício de todos os seus cargos e funções por advogados(as) negros(as). A OAB, mais uma vez, poderá ser um exemplo para o Brasil e para o mundo", argumentou.
Em sua proposta, André Costa lembra a Resolução nº 203 do Conselho Nacional de Justiça, de 23/06/2015, que “dispõe sobre a reserva aos negros, no âmbito do Poder Judiciário, de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e de ingresso na magistratura”, e o Edital de Abertura do I Concurso Público Nacional Unificado para Ingresso na Carreira da Magistratura do Trabalho, de 27/06/2017, com previsão de 20% do total de vagas reservadas aos candidatos negros. Ambos os exemplos são resultados da luta da OAB e da postura firme e histórica do STF.
Na mesma proposição, o advogado André Costa solicita, ainda, que a Secretaria Geral da OAB Nacional, a Coordenação Nacional do Exame de Ordem Unificado e a Fundação Getúlio Vargas forneçam os dados e as informações necessárias para identificar: a quantidade de bacharéis em Direito que realizaram o Exame de Ordem e a quantidade de advogados(as) inscritos(as) na OAB que se autodeclaram negros(as) (pretos/as e pardos/as), ambos no período compreendido entre 2010 e 2020.
O documento reúne uma gama de dados que comprovam a desigualdade racial no Brasil e no mundo, através das informações disponibilizadas pelos principais estudos realizados recentemente. Inúmeros estudos, resultados de pesquisas e estatísticas demonstram que a proclamada democracia racial é um mito. "Nossa história é marcada por 358 anos de escravidão da população negra (pretos e pardos), pela secular negação do respeito à diversidade cultural e pela ausência de representatividade dos negros e das negras nos espaços de poder. A cor da pele e o estereótipo definem o lugar social, a vida e a morte na nossa nação: anualmente, cerca de 45 mil pessoas negras são assassinadas, dentre elas, muitas crianças e adolescentes. A OAB precisa encampar ações internas que assegurem a representatividade dos negros na ocupação de cargos. Sejamos exemplo para o Brasil e para o mundo", afirmou André Costa.
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