A Assembleia Legislativa do Ceará aprovou nesta quinta-feira (20.05), o Projeto de
Lei 00228/19, de autoria do deputado Elmano Freitas (PT), que proíbe o uso de
amianto em todo Ceará. Para o autor do PL, a aprovação é uma importante
iniciativa em defesa da saúde da população. “Não existe uso seguro do amianto. A
OMS já comprovou que é um mineral perigoso, capaz de provocar uma série de
doenças, como o câncer e que pode até matar”, alerta Elmano. O projeto segue
agora para sanção do governador Camilo Santana. “Nosso governador tem tido uma
atuação exemplar no combate à pandemia do coronavírus. Tem mostrado grande
sensibilidade no trato dos problemas do nosso povo. E quando o assunto é saúde,
ele não mede esforços para garantir o bem estar dos cearenses. Por isso, estamos
confiantes na sanção do nosso projeto “, ressalta o parlamentar.
Atualmente, o uso do amianto é proibido em mais de 75 países. Na União Europeia,
foi banido em 2005 por conta das evidências acumuladas desde a década de 1960
de que o produto é tóxico e cancerígeno. Números da Organização Mundial da
Saúde (OMS) estimam que 125 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o
mundo estão expostos ao amianto e que mais de 107 mil trabalhadores morrem por
ano em decorrência de doenças relacionadas à exposição ao mineral e suas fibras.
No Brasil, oito Estados têm leis proibindo o amianto: Santa Catarina, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul, Pernambuco, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e
Amazonas.
Entenda por que o amianto faz mal para a saúde:
O amianto é um nome genérico para uma família de minérios encontrados na
natureza e muito utilizados pelo setor industrial no último século por conta da
abundância e baixo custo de exploração. Além disso, tem grande resistência
mecânica e às altas temperaturas, ao ataque ácido, alcalino e de bactérias, também
é durável, flexível e resistente.
Isso fez com que o amianto fosse chamado por anos de "mineral mágico", utilizado
principalmente na indústria da construção civil, em telhas, caixas d’água, divisórias,
forros falsos e para isolamento acústico ou térmico.
Mas a exposição ao minério está relacionada à ocorrência de diversas patologias,
malignas e não malignas, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Ele éclassificado pela Agência Internacional de Pesquisa (Iarc) no grupo 1 — dos
reconhecidamente cancerígenos para os seres humanos — e não foram
identificados níveis seguros para a exposição às suas fibras.
Principais doenças relacionadas ao amianto:
Asbestose
É causada pela deposição de fibras de asbesto, como o amianto, nos alvéolos
pulmonares, provocando uma reação inflamatória, seguida de fibrose e rigidez,
reduzindo a capacidade respiratória. Nas fases mais avançadas da doença, a
incapacidade pode se afetar até a realização de tarefas mais simples e vitais para a
sobrevivência humana.
Câncer
Estima-se que 50% dos indivíduos que tenham asbestose venham a desenvolver
câncer de pulmão. O risco pode aumentar em 90 vezes caso o trabalhador exposto
ao amianto também seja fumante. Câncer de laringe, do trato digestivo e de ovário
também estão relacionados à exposição ao mineral.
Mesotelioma
É uma forma rara de tumor maligno, que comumente atinge a pleura, membrana
que reveste o pulmão. O mesotelioma maligno pode produzir metástase em
aproximadamente 25% dos casos. O amianto também pode causar espessamento
da pleura e diafragma, derrames pleurais, placas pleurais e severos distúrbios
respiratórios.
Comentários
Postar um comentário
Expresse aqui a sua opinião sobre essa notícia.