O caso do assassinato do marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira , um jovem negro de 26 anos, que levou um tiro na cabeça do policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, na última sexta-feira (4), vai ser acompanhado pelo Ministério da Igualdade Racial. A titular da pasta, Anielle Franco, publicou um nota nas redes sociais para repudiar o episódio. "É lamentável e dilacerante chorarmos a morte de mais um jovem inocente. Guilherme Dias dos Santos Ferreira saiu do trabalho, corria para pegar o ônibus, carregava sua marmita, talheres e a bíblia, e recebeu um tiro na cabeça! O racismo institucional persiste em 'confundir' corpos negros. É urgente que essa realidade mude!", escreveu a ministra. O marceneiro foi morto pelo agente após ser confundido com assaltantes que tentavam roubar sua moto. O crime aconteceu na Estrada Ecoturística de Parelheiros, na zona Sul de São Paulo. O PM lotado no 12º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano chegou a ser preso em fl...
“Esse processo de reabilitação promove um novo sentido à vida e um resgate da sua identidade por meio do acesso às memórias afetivas, de atividades significativas e de experiências terapêuticas. Desta forma, o paciente que está neste processo de desinstitucionalização vê uma nova possibilidade de reinserção social e de acesso aos demais equipamentos da Rede de Atenção à Saúde”, explica Lorena Coelho, psicóloga da CCC. A Rede envolve o trabalho de psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e médicos.
Uma das histórias que foi marcada pela atuação de profissionais da CCC foi a de um paciente que ficou internado em hospital psiquiátrico por mais de cinco anos, com dificuldade de interação. Confuso, com medo e desconfiado, ele se recusava a se relacionar com qualquer pessoa, reagindo com agressividade quando este limite era ultrapassado.
No entanto, com amor, carinho e paciência, além da doação de roupas, lápis de cor e livros, a equipe da Casa conseguiu reverter o quadro. “Ele passou quatro meses conosco. Fomos fazendo contato aos poucos e ele passou a responder aos nossos estímulos, principalmente os de sentido. O olfato foi estimulado com o cheiro agradável das plantas e dos livros, por exemplo. Além disso, ele confidenciou que, na infância, gostava de tirar leite da vaca, então buscamos imagens na TV que mostrassem essa ação e, então, ele foi resgatando boas lembranças que teve na vida”, relata a psicóloga. O paciente também foi encorajado a realizar atividades coletivas como artesanato, pintura e desenho.
Morgana Pordeus é médica do equipamento e atua com reabilitação psicossocial. Ela acompanhou de perto a evolução do paciente. “Ele chegou com higiene prejudicada e dificuldade de interação. Recebeu banho e kit de higiene, foi ouvido. Aqui, ele passou a ter voz. A equipe permitiu que ele ocupasse os mesmos espaços antes ocupados por gente considerada ‘normal’ aos olhos da sociedade. Ele foi reabilitado e encaminhado para um espaço de abrigamento, em articulação com profissionais do Serviço Social da CCC”, ressalta a médica.
Ludicidade no tratamento
As atividades lúdicas e coletivas que envolvem trabalhos manuais auxiliam a despertar o potencial criativo do paciente, conforme acrescenta Lorena Coelho. “Um outro paciente internado após cirurgia traumatológica foi admitido com quadro de desorientação, agitação e com dificuldade de organização de suas ideias. Então, buscamos ressignificar essa agitação e dar sentido às suas angústias. Por meio das atividades manuais, o paciente descobriu um talento que ele nem imaginava que tinha. Hoje, ele é responsável pela decoração do espaço, produzindo artigos com materiais recicláveis”, exemplifica.
Tecnologia assistiva
O processo de recuperação conta, ainda, com tecnologia assistiva (TA), práticas integrativas em saúde e estimulação cognitiva, afetiva e subjetiva do paciente com a atuação da equipe de Terapia Ocupacional do equipamento. Os profissionais da área também promovem o circuito psicomotor, iniciativa que busca estimular funções executivas, coordenação motora, integração socioemocional e vínculo entre família e paciente.
“A cada intervalo, os objetos mudam e conseguimos trabalhar, de forma completa, as funções cognitivas e motoras, além de trabalhar a integração social dos pacientes”, diz Natália Costa, terapeuta ocupacional da instituição.
Comentários
Postar um comentário
Expresse aqui a sua opinião sobre essa notícia.