Automedicação pode trazer riscos à saúde; IJF já orientou mais de 800 pessoas em 2025 De janeiro a novembro deste ano, 151 pessoas deram entrada na emergência do hospital por intoxicação medicamentosa
A automedicação no Brasil é um hábito comum e praticado por nove entre 10 brasileiros. O uso de medicamento sem prescrição é mais comum para sintomas como dores de cabeça, gripes, resfriados, febres e dores musculares. Os dados são do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). A prática, no entanto, pode trazer riscos à saúde e causar intoxicação medicamentosa. Somente entre janeiro e novembro deste ano, 811 pessoas precisaram de orientações do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) do hospital Instituto Dr. José Frota (IJF) relacionadas a intoxicações por medicamentos. Até novembro deste ano, 151 pessoas buscaram atendimento presencial na emergência do IJF por causa de automedicação.
Causas da automedicação
No IJF, os principais medicamentos envolvidos na intoxicação foram ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos e antiepiléticos. “A interação medicamentosa ocorre quando dois ou mais medicamentos, ou até mesmo alimentos e bebidas alcoólicas, alteram, anulam ou aumentam o efeito um do outro”, explica Karla Magalhães, farmacêutica do Ciatox do IJF.
A profissional reforça que, em alguns casos, essas interações são planejadas pela indústria farmacêutica para potencializar os benefícios do tratamento. No entanto, quando acontecem sem orientação médica, podem gerar efeitos adversos graves. "É essencial informar ao médico todos os medicamentos e substâncias utilizadas regularmente. Até mesmo chás e produtos naturais podem interagir com remédios e causar intoxicações. Existe uma cultura de que o chá é algo natural e inofensivo, mas ele também tem propriedades farmacológicas, portanto também podem causar toxicidade”, reforça.
Riscos à saúde
Quando utilizado de forma inadequada, os medicamentos podem levar a quadros de intoxicação, além de poder mascarar doenças graves, levando a um atraso no diagnóstico precoce. “Toda medicação deve ser utilizada com orientação médica e farmacêutica. É importante esclarecer que a interação é quando ocorre a ingestão de dois ou mais medicamentos utilizados ao mesmo tempo. A prescrição simultânea é segura, mas em alguns casos um medicamento pode afetar o funcionamento do outro. O fato de um medicamento ter funcionado para um amigo não significa que trará o mesmo resultado para outra pessoa. Cada organismo reage de forma diferente e o uso inadequado pode causar desde um leve mal-estar até falência hepática, arritmias cardíacas e até a morte”, alerta a especialista.
Serviço
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) do IJF funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, presencialmente ou por teleatendimento, por meio do telefone (85) 3255.5012 ou do WhatsApp (85) 98439.7494.
Comentários
Postar um comentário
Expresse aqui a sua opinião sobre essa notícia.