Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) segue o trabalho no acolhimento dos 117 bebês e 153 mulheres, entre gestantes e puérperas, que foram transferidos do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC) para unidades da rede após o incêndio que ocorreu na subestação do Hospital. Os pacientes foram encaminhados para unidades da Rede Estadual e da Rede Municipal de Fortaleza.
O Hospital Universitário do Ceará (HUC) recebeu, na última quinta-feira (13), o maior número de pacientes. Foram 88 transferidos ao todo, sendo 38 gestantes, três puérperas e 47 bebês, que estão sendo acompanhados por uma equipe multiprofissional, composta por médicos especialistas, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, entre outros profissionais.
A unidade do HUC dispõe de estrutura moderna, leitos equipados, suporte tecnológico e ambientes preparados para receber tanto gestantes de alto risco quanto recém-nascidos, inclusive prematuros
Maria Andrezza Nunes, 19 anos, moradora de Ocara, estava com o filho Ravi, que nasceu prematuro, com 29 semanas e, hoje, alcança 35 semanas sob os cuidados da equipe da unidade da HGCC. Quando soube da notícia, ela correu para o hospital e acompanhou o pequeno Ravi na ambulância até o HUC. “Quando vi meu filho, foi um alívio. Desde que chegamos aqui, estão cuidando muito bem de nós. Os profissionais são muito acolhedores”, relata.
A unidade dispõe de estrutura moderna, leitos equipados, suporte tecnológico e ambientes preparados para receber tanto gestantes de alto risco quanto recém-nascidos, inclusive prematuros. As equipes foram reforçadas com a chegada de profissionais do HGCC para ampliar a cobertura assistencial, assegurando acolhimento contínuo e assistência especializada 24 horas por dia.
Rede Sesa tem atendimento a bebês prematuros
Outra unidade parte da força-tarefa é o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), que recebeu seis bebês transferidos do HGCC na última quinta-feira (13). O Hias tem capacidade para atender até 35 recém-nascidos nas unidades neonatais e conta com duas estruturas especializadas no cuidado neonatal: a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), voltada a bebês em estado mais grave, e a Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin), destinada aos recém-nascidos em recuperação, que permanecem sob acompanhamento até alcançarem estabilidade clínica e ganho adequado de peso.
“Chegando aqui, contamos com o apoio dos profissionais de saúde, que foi fundamental” – Rodrigo Arruda
Entre os pequenos novos pacientes está Vinicius, de 15 dias. Ele recebeu, na tarde desta sexta-feira (14), a visita do pai, Rodrigo Arruda, 23 anos, morador de Paracuru, que precisou se deslocar com a esposa para realizar uma cesariana de emergência no HGCC. Agora eles seguem o tratamento no Hias. “Chegando aqui, contamos com o apoio dos profissionais de saúde, que foi fundamental. Estamos recebendo todo o suporte das equipes, isso tem sido muito importante porque a gente só quer ver nossos filhos bem, saudáveis e em casa”, relatou.
Já o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), unidade da rede Sesa localizada na Messejana, foram sete bebês transferidos. O equipamento, que possui capacidade para atender 24 recém-nascidos, dispõe de UTI Neonatal e leitos voltados para cuidados de médio risco.
Entre os pequenos pacientes está Helena Maria, nascida com apenas 25 semanas e pesando 475 gramas. A mãe, Eveline Costa, moradora de Canindé, relembra que enfrentou uma gestação de risco devido a um quadro de pré-eclâmpsia. “Foi uma gravidez e um parto de risco e a Helena era considerada um bebê grave, mas agora está ficando mais estável”, relata.
O HGWA possui capacidade para atender 24 recém-nascidos, dispõe de UTI Neonatal e leitos voltados para cuidados de médio risco
Eveline relembra quando recebeu a notícia da transferência. “Fui muito bem acolhida desde a recepção. Passei pelo Serviço Social, que me explicou como tudo funcionava, e as técnicas também me receberam muito bem. Agora estou mais tranquila; vou poder ficar mais perto dela pelo tempo que for necessário. Aqui também tem o estar materno, onde posso dormir. Estou achando maravilhoso.”
O apoio emocional também tem feito a diferença. “Já conversei com a psicóloga e com o médico que vai acompanhá-la durante a semana. As mãezinhas também me acolheram, me ensinaram como tudo funciona. Só tenho a agradecer.”
Com esperança renovada, Eveline aguarda o momento de levar Helena para casa. “Agora espero ansiosamente a alta, no momento certo, no momento de Deus.”
O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), referência estadual em cardiologia pediátrica, recebeu três bebês transferidos após o ocorrido. O Serviço de Cardiologia Pediátrica da unidade dispõe de uma estrutura especializada, com 17 leitos de UTI e 20 leitos de enfermaria, preparada para atender crianças com cardiopatias congênitas complexas, cardiomiopatias e pacientes em acompanhamento para transplante cardíaco.
“Logo ela sairá da UTI e poderemos ficar mais tempo com ela” – Silvana Pereira
Entre os recém-chegados está a pequena Míriam Vitória, de 20 dias, nascida no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC). Ela deu entrada no HM no início da noite desta quinta-feira (13). Os pais, Moisés Nascimento, 27, e Silvana Pereira, 36, estavam com a filha no momento do incêndio. Eles destacaram o apoio recebido de profissionais e dos comerciantes que auxiliavam no local.
“Na hora, eu só pensava em tirar minha filha de lá. Meu esposo conseguiu sair com ela nos braços. Uma comerciante me levou para a loja dela, que tinha ar-condicionado, e só voltamos quando tudo estava calmo”, relembra Silvana.
Ainda no fim da tarde, ela foi informada de que Míriam seria transferida para o Hospital de Messejana. A bebê nasceu com baixa oxigenação no sangue e estava em investigação diagnóstica.
Na tarde desta sexta-feira (14), os pais puderam reencontrar a filha e comemoraram aliviados. “Logo ela sairá da UTI e poderemos ficar mais tempo com ela. Agradecemos a assistência e o acolhimento dos profissionais do Hospital de Messejana, que desde o primeiro momento nos deram todo o suporte. Hoje ela já fez um ecocardiograma e estamos recebendo todas as informações da equipe”, conta a mãe.
Atendimento a gestantes
Sobre os serviços do Hospital Geral Dr. César Cals, a Sesa destaca que está adequando temporariamente o funcionamento da unidade, garantindo segurança e continuidade da assistência às gestantes e bebês nas unidades da Redes Estadual e Municipal.
Gestantes de alto risco devem buscar atendimento na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) e no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Já as gestantes de baixo risco serão encaminhadas aos Gonzaguinhas de Messejana, José Walter e Barra do Ceará.
A Sesa reforça que o redirecionamento é uma medida necessária para o restabelecimento seguro do funcionamento do HGCC.
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