Iniciamos a Semana Nacional de Prevenção à Gravidez na Adolescência, uma campanha criada para disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuem para a redução da incidência da gravidez na adolescência. No Ceará, dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) apontam que a quantidade de bebês que nasceram vivos de mães adolescentes no ano de 2020 foi de 16.189, e em 2019 foram registrados 19.743 nascimentos. Já a taxa de adolescentes que engravidaram foi de 23,6% em 2020, e de 28,1% em 2019.
A nível de brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 930 adolescentes e jovens dão à luz todos os dias, totalizando mais de 434,5 mil mães adolescentes por ano. O último Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, indicou que a proporção de adolescentes e jovens mulheres brasileiras de 15 a 19 anos que não estão inseridas no mercado de trabalho ou na escola é maior entre as que já tiveram filhos do que em relação às que nunca foram mães. Dados de 2013 do IBGE apontam, ainda, que apenas 28,4% das adolescentes com filhos permanecem estudando.
As informações coincidem com o pensamento da ginecologista e obstetra Nathalia Posso: a gravidez na adolescência pode ter consequências que podem durar por toda a vida da mulher. Uma gravidez não desejada na adolescência afeta a saúde, a educação e o potencial de crescimento pessoal e profissional. “O Brasil é um dos países com grande número de gestações em adolescentes, o que gera uma necessidade de campanhas de educação sexual para essa faixa etária”, afirmou a especialista.
Outro número importante é que um terço destas adolescentes voltam a engravidar dentro de 12 meses após o último parto, aumentando o risco nas gestações seguintes e comprometendo mais ainda o futuro profissional. Os riscos são inúmeros e quanto mais jovem (menores de 15 anos), mais arriscada a gravidez. “A gravidez na adolescência está associada a maiores riscos de partos prematuros, recém nascidos com baixo peso, eclampsia, depressão, além de morte, tanto pela realização de abortos clandestinos como por complicações da gestação e do parto”, acrescentou a ginecologista.
Nathalia ainda comenta que a Covid-19 é uma doença intimamente ligada à imunidade e adolescentes tendem a ter hábitos de vida não saudáveis, como má alimentação e uso de drogas lícitas ou ilícitas. Além disso, a gravidez não planejada gera uma rejeição da situação por parte da gestante e seus familiares e leva a um acompanhamento pré-natal inadequado, seja por não comparecer às consultas, não realização de exames ou até mesmo não uso de suplementação vitamínica. Diante desse cenário, a associação com a Covid-19 pode levar a gestações de alto risco com complicações como nascimento prematuro, recém-nascido com baixo peso e até perda fetal.
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