Polícia Federal (PF) investigará a instalação de câmeras escondidas encontradas em um apartamento da deputada federal Dayany Bittencourt (foto) (União-CE), em Brasília. O caso já estava sendo apurado pela Polícia Civil do Distrito Federal, após o equipamento ter sido encontrado escondido em meio a disparadores de água e sensores de fumaça, em 2023. A entrada da PF no caso foi por determinação do ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos de Almeida Neto, após reunir-se com a parlamentar. No ofício, Almeida Neto cita “suposta prática dos crimes de violação de domicílio e registro não autorizado de intimidade, cometidos contra a deputada durante o exercício do seu mandato e de sua atividade política”. Registros audiovisuais As câmeras foram encontradas por assessores da parlamentar em um apartamento alugado por ela na Asa Norte, em agosto do ano passado. Além de quatro câmeras espiãs, havia, no local, microfones, cabos de internet e um aparelho gravador DVR e um mo
Pesquisa aponta que mais de um terço dos estudantes de 13 e 17 anos já tiveram a primeira relação sexual, revela estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na faixa dos 16 aos 17 anos, 55% dos escolares já haviam iniciado a vida sexual. Para os profissionais da saúde, os dados da pesquisa devem ser observados como um alerta a respeito dessa iniciação e quais riscos elas trazem diretamente para esses adolescentes, tais como gravidez indesejada, uso precoce de anticoncepcionais, doenças relacionadas ao sexo e até impactos emocionais e sociais.
Entre os dados que a pesquisa trouxe, a pílula anticoncepcional foi o segundo método contraceptivo (exclusive a camisinha) utilizado pela maioria das estudantes (52,6%). A pílula do dia seguinte era utilizada em 17,3% dos casos e os contraceptivos injetáveis 9,8%. Para a médica ginecologista e obstetra Mayna Moura, o início precoce da atividade sexual dos adolescentes, em especial nas meninas, pode trazer consequências que impactam diretamente na saúde delas.
“O uso do anticoncepcional pode trazer alguns riscos para a saúde de maneira mais imediata e também comprometimentos a longo prazo, especialmente quando se faz uso de algum método contraceptivo sem orientação profissional. É necessário, portanto, que a menina faça uma avaliação com ginecologista para escolher o melhor método contraceptivo. Nessa avaliação, também será informada sobre a importância do uso conjunto do contraceptivo de barreira para evitar infecções sexualmente transmissíveis”, explica.
A médica ressalta ainda que os dados são bastante preocupantes e evidenciam a importância do tema na medida em que a gravidez na adolescência está associada a impactos sociais, econômicos, emocionais e na saúde e bem-estar das jovens e de suas famílias. “Uma gestação precoce acarreta consequências pra a mãe e o bebê. As complicações gestacionais e no parto representam a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos mundialmente, pois existe maior risco de eclâmpsia, endometrite puerperal, infecções sistêmicas e prematuridade,” destaca.
A orientação da médica para os pais que ainda encontram dificuldades de abordar o tema em casa, é que busquem ajuda profissional para dialogar sobre sexo com seus filhos, pois somente a educação sexual vai proporcionar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que irão capacitá-los a cuidar de sua saúde, bem-estar e dignidade. “Esta iniciativa ajuda os filhos a identificarem e denunciarem comportamentos inadequados, como o abuso, apoiar o desenvolvimento de atitudes saudáveis como retardar a primeira relação sexual, prevenir a gravidez precoce e mesmo aumentar a adesão aos métodos contraceptivos recomendados e de prevenção para infecções de transmissão sexual nas adolescentes sexualmente ativas”, disse.
*Saúde emocional*
A iniciação sexual dos adolescentes também traz reflexo na saúde mental e emocional deles. Conforme a psicóloga infantojuvenil, Ayra Moraes, entre os 13 e 17 anos, os adolescentes estão em uma fase significativa do desenvolvimento do córtex pré-frontal, que fica no cérebro e é responsável pela nossa tomada de decisões, planejamentos, resolução de problemas e controle de impulsos. “Além de que, na adolescência, há um aumento de um neurotransmissor chamado dopamina, responsável pela sensação de prazer e gratificação, os levando a buscar emoções e sensações mais intensas. O início da vida sexual precoce pode vir muito relacionado pela busca dessa recompensa e pelo agir por impulso”, explica.
A psicóloga especializada em comportamento infantojuvenil destaca a importância dos pais estimularem diálogos com empatia, compreensão, paciência e orientar os filhos sobre o sexo. Ainda segundo a psicóloga, a falta de maturidade neurológica, a busca por sensações sem medir os riscos e a falta de experiência de vida, pode levar o adolescente a ter uma experiência sexual ruim, afetando outras áreas da sua vida, como a autoestima, autoconfiança, autoimagem e dar a ele uma distorção sobre o que é relacionamento saudável, entre outros fatores que podem desencadear desconfortos psicológicos e emocionais".
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