A mais recente edição da revista Science, uma das publicações científicas mais importantes do mundo, traz dois textos de pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR), da UFC. Os autores são os professores Sérgio Rossi, Marcelo Soares e Tommaso Giarrizzo, este último professor visitante. Os artigos foram publicados na seção Cartas, espaço destinado a assuntos de interesse geral. Os textos tratam de florestas fundamentais para o funcionamento do planeta Terra; uma no continente e a outra no mar.
Os professores Sérgio Rossi e Marcelo Soares, em um consórcio de 25 pesquisadores internacionais, assinam o texto “Protegendo as florestas globais de animais marinhos”, no qual abordam a importância da conservação dos ecossistemas marinhos. O artigo destaca que, apesar de avanços, as atividades humanas continuam a degradar esses ecossistemas e que as florestas de animais marinhos, como os jardins de esponjas e os recifes de corais, são um dos ambientes mais impactados.
Essas florestas se estendem desde áreas rasas até águas profundas. Sua degradação coloca em risco o sequestro de carbono, a biodiversidade marinha e a renovação de recursos pesqueiros. O Prof. Sergio Rossi aparece como primeiro autor do artigo por ser coordenador da rede COST, que reúne pesquisadores de todo o mundo para trabalhar com o tema. “A rede de pesquisa internacional sobre as florestas de animais marinhos é uma grande oportunidade global de colocar esses ecossistemas em evidência”, diz o docente do LABOMAR.
O segundo texto foi publicado pelo Prof. Tomasso Giarrizzo, recém-contratado pelo LABOMAR por meio do Edital de Professores Visitantes de 2021. O texto, que tem como título “Guerra serve como desculpa para a destruição da Amazônia”, aborda o projeto de lei nº 191/2020 que permite mineração em terras indígenas e outras atividades humanas (por exemplo, agricultura, usinas hidroelétricas e pecuária).
O texto argumenta que a tramitação do projeto no Congresso Nacional em regime de urgência usou a Guerra da Ucrânia como justificativa, diante da demanda por potássio para os fertilizantes utilizados na agroindústria brasileira. O artigo diz que essa justificativa não tem base científica, uma vez que os maiores depósitos de potássio do Brasil estão em Minas Gerais e que poderiam suprir a necessidade nacional até 2100.
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