A Justiça recebeu, nesta segunda-feira (17/04), duas denúncias do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) contra Francisco Canjari da Silva, Marcelo Costa da Silva, Mirta Maria Costa da Silva, Izaquiel Pereira da Silva e Lincoln Rocha Mendes, acusados de tráfico de animais silvestres, maus tratos, associação criminosa, furto e lavagem de dinheiro. As denúncias, assinadas pelo promotor de Justiça Marcus Amorim, titular da 97ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, são resultado das investigações realizadas em parceria com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) na Operação Fauna Livre, atualmente na 6ª fase.
De acordo com uma das denúncias, as investigações tiveram início após o furto de araras e outros pássaros do Laboratório de Estudos Ornitológicos da Universidade Estadual do Ceará (UECE), que foi arrombado, no dia 13 fevereiro de 2022, por Francisco Canjari da Silva e Izaquiel Pereira. As aves estavam no laboratório depois de terem sido encontradas, uma semana antes, em posse de Francisco. Izaquiel também é responsável por anunciar a venda dos animais pelo Facebook.
A segunda acusação é proveniente do cumprimento de mandados de busca e apreensão, realizado no dia 8 de dezembro de 2022, pelos agentes policiais da DPMA, que se dirigiram até a residência de Marcelo Costa da Silva, quando foi deflagrada a 1ª fase da Operação Fauna Livre. No local, foram encontradas diversas aves com sinais de maus tratos. A partir da extração de dados do celular de Marcelo, constatou-se que um dos fornecedores seria Lincoln Rocha, que já havia sido flagrado, em julho de 2022, com aproximadamente 240 aves silvestres mantidas por ele em cativeiro e destinadas ao tráfico ilegal.
Na busca e apreensão realizada na casa de Marcelo Costa, também foi apreendido um veículo que estava cadastrado no nome de Mirta Maria Costa da Silva, irmã de Marcelo. Ela atuou como “laranja”, com o fim de ocultar a verdadeira propriedade do bem e a origem ilícita dos recursos usados na compra do carro.
As denúncias ressaltam ainda que Francisco Canjari da Silva e seu filho, Marcelo Costa da Silva, lideram uma associação criminosa com possíveis ramificações interestaduais. Os réus serão citados para responder as acusações.
Para o promotor de Justiça Marcus Amorim, “com o apoio da DPMA e sua competente equipe, o tráfico de animais silvestres está sendo reprimido de maneira apropriada, numa perspectiva de associação criminosa e de negócio altamente lucrativo para os criminosos”.
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