Ana Laura Freire de Souza, de 17 anos, obteve o 1º lugar no concurso de redação Harvard Book Prize, iniciativa realizada pela associação de ex-alunos da Universidade de Harvard no Brasil. O concurso foi realizado em 2022, quando a jovem cursava a 2ª série na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Caic Maria Alves Carioca, em Fortaleza. Como recompensa, Ana Laura foi convidada a conhecer a universidade americana, com todas as despesas pagas. A viagem ocorreu entre os dias 18 e 25 de abril passado.
O certame, de abrangência nacional, recebeu 103 produções textuais de 34 escolas brasileiras, públicas e privadas. A avaliação dos textos ocorreu de acordo com os critérios de conteúdo, qualidade da redação, originalidade e engajamento. A redação de Ana Laura versava sobre os desafios enfrentados pela sociedade brasileira, em especial, o desemprego.
Acesse a redação produzida por Ana Laura Freire
“A escola recebeu o edital do concurso e me convidou a participar. A princípio, não entendi muito bem do que se tratava, mas aceitei. Aos sábados eu me dedicava a escrever, e às segundas-feiras levava para o meu professor de Redação me ajudar a corrigir e a melhorar o texto. Ele me deu um apoio importante”, relembra Ana Laura.
A estudante revela que resolveu participar, também, para tentar compensar um “atraso”, que, segundo ela, teve na vida. “Só aos 12 anos consegui ler e escrever. Esse foi o principal motivo para encarar o desafio: vencer o medo e a insegurança relacionados à escrita”, ressalta.
Sobre a escolha da perspectiva para escrever o texto, Ana Laura argumenta que o desemprego, por si só, é um problema que acarreta outras mazelas sociais. “Vivo isso na minha família, pois meus pais estão desempregados no momento. Daí, eu puxo mais quatro tópicos, que são a prostituição, o trabalho infantil, as drogas e a fome. Já vi muitas pessoas próximas passando por essas situações, por não enxergarem possibilidades de carreira profissional”, justifica a jovem.
O processo da escrita, conforme a estudante, foi complexo e exigiu bastante esforço. “Foram sábados e sábados escrevendo, raciocinando, corrigindo, tendo ideias mudadas, colocando o meu pensamento para trabalhar e usando o máximo da minha criatividade. Recebi muito apoio da escola, tanto no encorajamento para o desafio, como no momento da escrita, acompanhando a elaboração do texto. A escola tem professores maravilhosos, muito qualificados”, pontua.
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