Acolhimento a afegãos requer ajustes do mercado de trabalho
Maioria dos refugiados é qualificada, mas tem dificuldade com o idioma
Publicado em 13/07/2023 - 17:40 Por Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil - São Paulo
ouvir:
Desde 2021, quando o grupo fundamentalista Talibã voltou ao poder no Afeganistão, seus cidadãos têm buscado refúgio em outros países, inclusive no. Brasil, que tem um posto de atendimento do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Um desafio, no entanto, é facilitar a entrada dos afegãos no mercado de trabalho, o que exige adaptações nos processos de seleção.
A questão foi discutida nesta quinta-feira (12) na sede da Câmara Americana de Comércio (Amcham), na capital paulista. No evento, o representante adjunto do Acnur no Brasil, Oscar Sánchez Piñeiro, disse que 80% dos afegãos refugiados têm pelo menos o ensino médio completo e que 59% concluíram o ensino superior ou mesmo uma pós-graduação. Isso significa que se trata de um contingente com qualificação, destacou.
Mesmo com alto nível de educação formal, os afegãos, assim como outros imigrantes e refugiados que chegam ao Brasil, esbarram em uma série de obstáculos ao se candidatar a uma vaga de emprego. Por esse motivo, o Acnur recomenda que, ao abrir as portas para eles, as empresas atentem para alguns aspectos. As companhias devem procurar oferecer vagas que não exijam fluência em português, um idioma muito diferente do que é falado no Afeganistão.
Outra sugestão é indicar um funcionário como referência para o qual o colega afegão possa recorrer, durante o processo de integração, depois de admitido na empresa, como observa a assistente de Soluções Duradouras do Acnur, Camila Sombra. "O que ajuda a desenvolver a fluência no idioma é justamente a convivência", afirma Camila.
Comentários
Postar um comentário
Expresse aqui a sua opinião sobre essa notícia.