O caso do assassinato do marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira , um jovem negro de 26 anos, que levou um tiro na cabeça do policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, na última sexta-feira (4), vai ser acompanhado pelo Ministério da Igualdade Racial. A titular da pasta, Anielle Franco, publicou um nota nas redes sociais para repudiar o episódio. "É lamentável e dilacerante chorarmos a morte de mais um jovem inocente. Guilherme Dias dos Santos Ferreira saiu do trabalho, corria para pegar o ônibus, carregava sua marmita, talheres e a bíblia, e recebeu um tiro na cabeça! O racismo institucional persiste em 'confundir' corpos negros. É urgente que essa realidade mude!", escreveu a ministra. O marceneiro foi morto pelo agente após ser confundido com assaltantes que tentavam roubar sua moto. O crime aconteceu na Estrada Ecoturística de Parelheiros, na zona Sul de São Paulo. O PM lotado no 12º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano chegou a ser preso em fl...
Governador Elmano de Freitas assina decreto de tombamento definitivo do Sítio Histórico do Patu em Senador Pompeu
Local funcionou como campo de concentração para retirantes da seca em 1932 e a preservação garante a memória deste capítulo da história cearense
Nesta segunda-feira (27), o governador Elmano de Freitas assinou decreto que firma o tombamento definitivo do Sítio Histórico do Patu. Agora, o conjunto arquitetônico localizado na área rural de Senador Pompeu (265 km de Fortaleza) integra o Patrimônio Histórico e Artístico do Ceará.
O tombamento corresponde à capacidade de pesquisa, estudos e reflexão histórica que este espaço propicia. Marco de um trauma coletivo da sociedade cearense, o lugar foi utilizado como campo de concentração às vítimas da seca de 1932. É o único, dos sete espaços desta natureza instalados no Ceará, que permanece com ruínas de pé.
O trabalho desenvolvido pela Coordenadoria de Patrimônio Cultural e Memória (Copam), da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), atende a demandas da sociedade civil. Garantida via decreto, a salvaguarda protege os edifícios e instalações que ainda restaram do “Campo do Patu”.
“Tão importante quanto a preservação do Sítio Histórico, a medida traz à tona as histórias de vida das pessoas que ali estiveram e como a seca de 1932 institucionalizou as práticas de confinamento. É o reconhecimento de um crime contra a humanidade, em especial, contra os mais pobres”, anunciou, durante a assinatura do decreto, o governador Elmano de Freitas.
O tombamento preserva a volumetria, fachada e ambientes internos, sendo proibidas ações de demolição ou mutilação destes imóveis. Qualquer reforma, alteração, modificação ou restauro só é possível após licença prévia da Copam. Com cerca de 9 km², hoje, o lugar contribui para estudos acadêmicos e potencial desenvolvimento turístico da Região Central do Ceará.
Tombamento
O “Campo do Patu” funcionou de 1932 a 1933 e chegou, segundo estimativas, a confinar cerca de 20 mil pessoas oriundas de diversas partes do Estado. Mesmo com a escassez de documentos oficiais, existe a previsão de oito a 12 mil mortos enterrados em valas coletivas na região.
A importância do tombamento é reconhecer a existência de campos de concentração no Ceará. "É uma história dos flagelados da seca, das pessoas que foram submetidas a trabalhos forçados. Elas procuravam melhores oportunidades e eram colocadas nestes espaços praticamente para morrer. Essa memória está sendo finalmente reconhecida”, conta a coordenadora de Patrimônio (Copam), da Secult Ceará, Jéssica Ohara.
O primeiro pedido de tombamento para o Sítio Histórico do Patu aconteceu em 1996 e foi realizado pelo grupo “19-22”, liderado pelo advogado e ativista Valdecy Alves. Em julho de 2019, o sítio foi tombado como “patrimônio histórico-cultural municipal” pela cidade de Senador Pompeu. Sensível a décadas de reivindicações e espera pelo reconhecimento oficial, o Ceará concretiza o tombamento definitivo em 2023.
“Enquanto não saímos desse processo de apagamento, de fingir que as coisas não aconteceram, nunca iremos chegar ao consenso com nosso passado. É ter um entendimento do que aconteceu e tentar que essa situação nunca volte. Principalmente, quando pensamos nas novas questões climáticas que podem causar outras tragédias humanitárias. Temos que estar preparados para não repetir esses mesmos erros", finaliza Jéssica Ohara.
Tombamento
O “Campo do Patu” funcionou de 1932 a 1933 e chegou, segundo estimativas, a confinar cerca de 20 mil pessoas oriundas de diversas partes do Estado. Mesmo com a escassez de documentos oficiais, existe a previsão de oito a 12 mil mortos enterrados em valas coletivas na região.
A importância do tombamento é reconhecer a existência de campos de concentração no Ceará. "É uma história dos flagelados da seca, das pessoas que foram submetidas a trabalhos forçados. Elas procuravam melhores oportunidades e eram colocadas nestes espaços praticamente para morrer. Essa memória está sendo finalmente reconhecida”, conta a coordenadora de Patrimônio (Copam), da Secult Ceará, Jéssica Ohara.
O primeiro pedido de tombamento para o Sítio Histórico do Patu aconteceu em 1996 e foi realizado pelo grupo “19-22”, liderado pelo advogado e ativista Valdecy Alves. Em julho de 2019, o sítio foi tombado como “patrimônio histórico-cultural municipal” pela cidade de Senador Pompeu. Sensível a décadas de reivindicações e espera pelo reconhecimento oficial, o Ceará concretiza o tombamento definitivo em 2023.
“Enquanto não saímos desse processo de apagamento, de fingir que as coisas não aconteceram, nunca iremos chegar ao consenso com nosso passado. É ter um entendimento do que aconteceu e tentar que essa situação nunca volte. Principalmente, quando pensamos nas novas questões climáticas que podem causar outras tragédias humanitárias. Temos que estar preparados para não repetir esses mesmos erros", finaliza Jéssica Ohara.
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