A tentativa de feminicídio que sofreu em 6 de fevereiro de 2017 ainda provoca uma mistura de sentimentos e lágrimas na agente de educação infantil do município do Rio de Janeiro Evelyn Lucy Alves da Luz, de 44 anos. Os tiros que levou do ex-marido estão marcados nela e na filha, que na época tinha 6 anos e assistiu a tudo. “Ele desferiu os tiros na frente da criança. Ela presenciou a mãe sendo quase morta, tornando esse crime ainda mais cruel”, contou em entrevista à Agência Brasil , enquanto participava de manifestação contra o feminicídio, na Praia de Copacabana. Evelyn disse que a filha carrega o trauma até hoje. “Infelizmente, ela ainda está muito traumatizada, não fala sobre o assunto. Até hoje, luto para que tenha uma vida saudável e plena, mas é muito difícil tendo vivenciado o que vivenciou”, afirmou. Evelyn Lucy Alves da Luz, vitima de tentativa de feminicídio, denuncia violência de que foi vítima - Foto Cri stina Indio do Brasil/Agê...
Um fanzine é uma publicação gráfica artesanal produzida por pessoas que gostam de um tema em comum. E foi esse o recurso escolhido pelas equipes de Terapia Ocupacional e Psicologia da Casa de Cuidados do Ceará (CCC), unidade de desospitalização da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), para oficinas de integração com pacientes e cuidadores. A ideia foi produzir um livreto com o tema “Minha vida na Casa de Cuidados”, com recortes de jornais e revistas, em alusão ao aniversário do equipamento, celebrado no dia 24 de junho.
“O fanzine tem a proposta de montar uma mensagem a partir de um determinado tema. Como o aniversário da Casa de Cuidados está chegando, fizemos essas oficinas para os pacientes relatarem o que sentem e vivem na Casa como uma retrospectiva. Depois de finalizado, cada um explica o que quis transmitir na mensagem, promovendo troca de experiências e criação de laços afetivos”, explica Gardênia Leão, terapeuta ocupacional da CCC.
Recortes, desenhos, frases, cada um monta à sua maneira, sendo uma forma de criatividade e expressão de sentimentos. “É um momento terapêutico, pois promove autocuidado, alta expressão, autonomia e nostalgia ao relembrar momentos marcantes”, complementa Hellany Gomes, psicóloga da Casa.
O paciente José Roberto Candido Paiva, 56, é conhecido na CCC pela habilidade com trabalho manual. Carpinteiro e marceneiro, ele interrompeu os trabalhos devido a um acidente de trânsito. Porém, encontrou na arte uma forma de relaxar e ter momentos de satisfação. “Já criei diversos objetos com papel, cartolina e papelão, é uma forma de preencher o tempo ocioso e buscar inspiração, trabalhando a mente. Eu crio uma peça já pensando na próxima”, conta.
Sobre a experiência com fanzine, ele conta que o maior sentimento proporcionado foi de saudade. “Fiz amizades com profissionais e outros pacientes. Estou prestes a receber alta e só tenho boas lembranças daqui. O fanzine me fez reviver esses momentos, por isso foi uma experiência gratificante”, relembra.
Para celebrar o aniversário de três anos, a Casa de Cuidados contará com programação nos dias 24, 27 e 28 de junho, que envolverá doação de sangue, apresentações de trabalhos (incluindo os fanzines dos pacientes) e palestras de convidados.
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