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STF valida prisão após condenação pelo júri Decisão envolve recurso de homem condenado a 26 anos por feminicídio

  Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (12) validar prisões imediatas de condenados pelo Tribunal do Júri. Com a decisão, criminosos que forem condenados por homicídio passarão a cumprir a pena imediatamente, sem o direito de recorrer em liberdade. Para a maioria dos ministros, o princípio constitucional da soberania dos vereditos do júri autoriza a execução imediata da pena. A prisão imediata só vale para condenações pelo júri. Nos demais casos, a prisão para cumprimento de pena continua da forma aplicada atualmente, ou seja, somente após o fim de todos os recursos possíveis. O caso começou a ser julgado em agosto do ano passado no plenário virtual, quando foi registrada maioria de votos pela prisão imediata. No entanto, o julgamento foi suspenso para ser retomado no plenário físico. Ontem (11), o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso,  votou a favor da prisão imediata . O ministro Gilmar Mendes abriu a divergência e afirmou que a execução antecipada da p

Tiago Araripe, trio e convidados levaram grande público ao CCBNB nesta quarta-feira, emocionando em clássicos do LP "Cabelos de Sansão" e passando em revista mais de 50 anos de dedicação à música







 *Tiago Araripe, trio e convidados levaram grande público ao CCBNB nesta quarta-feira, emocionando em clássicos do LP "Cabelos de Sansão" e passando em revista mais de 50 anos de dedicação à música*


Tiago Araripe, um dos nomes mais relevantes da música cearense, apresentou na noite desta quarta-feira, com grande público no Centro Cultural Banco do Nordeste Fortaleza, seu novo show, "Cenas do Próximo Capítulo", celebrando a força das parcerias musicais e da amizade, passando em revista mais de 50 anos de dedicação à música e demonstrando energia e entusiasmo para olhar e seguir em frente. Com direito a convidados especialíssimos e a muitas surpresas no repertório, desde os clássicos do LP "Cabelos de Sansão", de 1982, depois redescoberto e relançado por Zeca Baleiro em 2008, até uma canção dos tempos do grupo Papa Poluição, nos anos 70.


A direção musical do show foi de Caio Castelo, que também toca guitarra e, em alguns momentos, canta com Tiago. A base rítmica ficou por conta de Dândara Marquês (contrabaixo e vocais) e de Igor Ribeiro (bateria). Caio e Ígor, reconhecidos na capital cearense por integrarem diversos projetos musicais, em inúmeros discos e shows, participaram da gravação de algumas faixas do álbum "Terramarear", de Tiago. Dândara é um dos nomes mais aplaudidos na novíssima cena feminina de instrumentistas em Fortaleza. A produção foi assinada por Dalwton Moura. 


O show levou um grande público ao CCBNB, incluindo guerreiros históricos em prol da arte e da cultura do Ceará, como o cineasta, escritor e compositor Rosemberg Cariry (que deu uma aula ao, convidado de improviso, falar sobre a trajetória de Tiago Araripe, na abertura do show, ao lado de Dalwton), a artista visual, produtora, pesquisadora, curadora Dodora Guimarães (mantenedora do Instituto Sérvulo Esmeraldo, que acabara de chegar do Cariri, onde foi inaugurada exposição em homenagem a Sérvulo, e mesmo com o cansaço fez questão de ir ao show) e Maria Amélia Mamede, a Maru, uma das fundadoras do Festival Jazz & Blues, que segue realizando há nada menos que 25 anos.


Muitos colegas músicos e músicas também se fizeram presentes, como os parceiros Rogério Franco e Luciano Franco, destacados por Tiago, os cantores e compositores Isaac Cândido, Gilmar Nunes, Jord Guedes, Joanice Sampaio e Chico Araújo, entre outros. Anna Ruth e Diogo, além do irmão, o jornalista Flamínio Araripe, representaram a família.


O espetáculo também se destacou pelos convidados especiais, que subiram ao palco juntamente com o autor de canções como "Coração cometa": o cantor e compositor Edu ASAF, interpretando "O que eu quero é só", parceria com Tiago;  Pedro Rogério mostrando "Salve Rainha", dele e de Tiago; e Tailândia Montenegro, em uma interpretação poderosa, cheia de energia e suingue, para "Rola coco", de Tiago Araripe e José Luis Penna, dos tempos do Papa Poluição. 


Penna é o parceiro de Belchior em "Comentário a respeito de John", canção cujo nascimento teve sua história contada em detalhes por Tiago, ressaltando como "Bel" se apaixonou por esta música e propôs acrescentar algumas estrofes para se tornar parceiro e levar a música a seus shows, ao rádio, ao sucesso nacional que perdura até hoje. 


Um dos grandes nomes da música do Ceará para o Brasil, o cantor e compositor Tiago Araripe, está há mais de seis anos radicado em Portugal. O show desta quarta, 28/8, no CCBNB Fortaleza, foi uma oportunidade para o público cearense reencontrar o artista, de vasta história na produção musical, incluindo parcerias com Zeca Baleiro e Décio Pignatari, entre vários outros, além de trabalhos em disco e palco com Tom Zé. 


"Foi uma emoção enorme fazer esse show. É uma alegria estar de volta a Fortaleza, depois de tanto tempo sem vir aqui, para matar a saudade da cidade e dos amigos, apresentar essas 'Cenas dos Próximos Capítulos', fazer esse show ao lado desses músicos jovens e tão talentosos, com quem eu já tinha tocado nos shows 'Na Mala Só A Viagem’ e 'Terramaear'", destaca Tiago Araripe. "É um privilégio estar em Fortaleza e dialogar musicalmente com esses novos nomes dessa cena tão rica".


*Surpresas no repertório*


O show foi aberto com um instrumental de autoria de Caio Castelo, "Nadar no mar", iniciado por ele na guitarra e depois recebendo o contrabaixo de Dândara Marquês e a bateria de Ígor Ribeiro. Antes de uma das surpresas da noite: uma recriação intensa e suingada, com muito "groove" no novo arranjo de Caio Castelo, do clássico "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, imortalizado por Elis Regina. Um belo número de chegada, dando as boas-vindas ao show que mergulhou em canção do "Cabelos de Sansão". 


Que privilégio ver e ouvir Tiago interpretar, em 2024, canções como "Estrela do mar", dele e de Cid Campos, um dos destaques do LP em que Tiago aparece, no auge da psicodelia, sentado sobre um leão e exibindo longos cabelos.


Outro dos grandes destaques da noite também veio no começo do show, com a faixa-título "Cenas do próximo capítulo", parceria com Caio Castelo, interpretada por ambos. 


Depois de um depoimento revelador resgatando reminiscências da primeira infância, quando foi levado ao Cine Cassino, no centro do Crato, e se deslumbrou com as imagens dos filmes, Tiago se senta para convidar o público a outro momento de grande emoção, com a canção "Cine cassino", interpretada exclusivamente por ele e pela guitarra de Caio Castelo. "Os criminosos sempre voltam ao local do crime...". A canção de 1982 ecoa tão moderna, densa e instigante como quando do lançamento no LP de capa surreal e canções mais ainda.


A faixa-título do disco vem em seguida, reforçando a importância desse trabalho e a certeza de se estar diante de uma oportunidade tão rara quanto valiosa, de assistir ao próprio Tiago recriando ao vivo canções deste álbum tão marcante.


Ainda nesse bloco intimista, de voz e guitarra, Tiago salta décadas no espaço-tempo para apresentar "Lugar ao sol", canção de sua autoria premiada no Festival de Música de Fortaleza na voz de Luiza Nobel, com uma poderosa mensagem de autoconsciência e perseverança, uma das muitas canções em que o artista se expressa como um filósofo contemporâneo, atento às dores, aos limites, aos desafios, às angústias de nosso tempo, mas também sugerindo a possibilidade da busca de emancipação, libertação de tantas amarras, alívios para tantas dores, do corpo e da alma, de um tempo de transição muitas vezes marcado, como destacou Rosemberg na abertura do show, por barbárie, cinismo e desalento.


Tiago convida a outros olhares possíveis, humanistas e humanizadores, como em "O que mereço", que brinca com os conceitos de desejo, necessidade, vontade, merecimento, destino versus autodeterminação. Uma parceria com o jovem cearense Luciano Raulino, a quem Tiago homenageou no show, desejando sucesso em um novo momento da trajetória do violonista, cantor e compositor, que partiu para estudar cinema na prestigiada escola de Cuba. Meio que pedindo licença para mostrar sua própria versão da canção, um pouco tímido, um pouco precavido, Tiago acabou por mostrar, nesta música, uma de suas melhores interpretações em todo o show.


*Paulo Costa presente*


Hora então de Tiago falar sobre o falecido parceiro Paulo Costa e o homenagear mostrando uma gravação da música "Elo", parceria de ambos, em um momento de saudade e reverência. "Curiosamente, muitas palavras da letra incluem 'elo'", ressaltou. "No centro do furacão", de Tiago, e "Hiatos", parceria com o conterrâneo caririense Pachelly Jamacaru, antecederam outro dos grandes destaques da noite, "Meu garimpo", uma segunda parceria de Tiago e Caio Castelo, na voz de ambos. 


E depois de Pedro Rogério ganhar muitos aplausos para sua voz e seu violão rascantes em "Salve Rainha", a noite se encerrou com "Baião de nós", de Tiago e Zeca Baleiro, música que deu nome ao disco produzido por ambos, presente em edição física para o público, com sua capa pioneira fazendo de um QR-Code um prato de baião de preto e branco, e com o clássico absoluto "Coração cometa", com direito ao retorno de Pedro Rogério e Tailândia Montenegro ao palco e a muitos aplausos ao trio Caio, Dândara e Ígor. Além dos vocais emocionantes de Tiago, subindo às estrelas, estrelas, estrelas... 


Tiago Araripe celebrou mais de 50 anos de canções em um show que também ressaltou a riqueza e a diversidade de sua produção atual. Que venham muito mais canções, além de mais oportunidades para shows em Fortaleza, no Cariri, em Portugal, aonde quer que queiram chegar a música e a poesia, as sínteses e os significados, a verve e a voz personalíssimas deste grande criador.  


*Mais sobre Tiago Araripe*


Nos anos 1970, Tiago Araripe trocou o Crato natal por Recife, de onde, após desenvolver os primeiros projetos musicais "udigrudi" com o grupo Nuvem 33, partiu para a capital paulista, para encontrar o compositor baiano Tom Zé. Com ele lançou em 1974 o compacto com "Conto de Fraldas" (de Tom Zé) e "Teu Coração Bate, o Meu Apanha" (de Tiago Araripe e Décio Pignatari). Perenizadas pelas plataformas de streaming, as duas canções ultrapassaram barreiras de tempo/espaço e chegaram a novos públicos. No Spotify, a primeira atingiu mais de 150 mil plays, enquanto a segunda superou a marca das 116 mil audições. 


Tiago participou do Festival Abertura, da TV Globo, em 1975, com o tango "Drácula", também parceria com Décio Pignatari, e integrou o grupo Papa Poluição, que dividiu com Belchior uma temporada de shows no circuito Sesc. Também compôs trilhas para filmes como o premiado "Sargento Getúlio".


Em 1982, lançou pelo selo Lira Paulistana, em meio ao  movimento conhecido por "vanguarda paulista", o clássico LP "Cabelos de Sansão", redescoberto e relançado nacionalmente por Zeca Baleiro, por meio do selo Saravá Discos, em 2008. Em 2022 o disco completa 40 anos. 


Em 2013, com a participação e o apoio de Baleiro, Tiago lançou "Baião de Nós", seu segundo disco de composições inéditas. Mais recentemente, condensando a experiência do autor em três anos fora do País, vivendo em uma pequena vila no interior de Portugal, "Terramarear" aportou nos cais dos dois lados do Atlântico, para dar continuidade a essa história. Atualmente, com mais de seis anos de além-mar, Tiago mostra suas "Cenas dos Próximos Capítulos".

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