*Entre os diversos fatores de lesões na pele, as queimaduras responderam por 2.341 vítimas no Ceará em 2024*
*Entre os diversos fatores de lesões na pele, as queimaduras responderam por 2.341 vítimas no Ceará em 2024*
A estomaterapia é uma especialidade da enfermagem, voltada para prevenção, tratamento e reabilitação de pacientes com lesões
Pouco conhecida, mas fundamental no cuidado de pacientes com lesões na pele, a profissão de estomaterapeuta, cuja data comemorativa é no dia 26 de junho, é uma especialidade da enfermagem. Diante de casos de queimaduras, enxertos, feridas traumáticas, infecção, remoção de tumores, tecidos infectados, feridas necrotizantes, úlceras venosas, abdômen aberto e feridas diabéticas, é este o especialista indicado para o manejo correto e, consequentemente, por devolver a qualidade de vida do paciente. Outra grande aliada são as tecnologias avançadas no tratamento de feridas, tendo como exemplo a terapia por pressão negativa.
No caso das queimaduras, que fizeram *2.431 vítimas no Ceará* em *2024*, de acordo com informações do Centro de Tratamento de Queimados em Fortaleza, no *Brasil* esse número salta para *um milhão por ano*. Há ainda os casos de queimaduras que chegam a *óbito*, estimado em *180 mil por ano no mundo*. Outro tipo de ferida que merece também bastante atenção, são as ocasionadas em pacientes diabéticos, devido às lesões por pressão e úlceras venosas crônicas. Em relação a estes casos, as estatísticas apontam aproximadamente *10 milhões de pessoas no Brasil*.
Para a enfermeira estomaterapeuta Larissa Tavares, “é importante que esse tema seja colocado em pauta, pois é questão de saúde pública”. As lesões na pele, segundo a especialista, exigem um tratamento multidisciplinar e, quando aliado às melhores tecnologias, a recuperação do paciente é bem mais rápida. As exceções para o uso da terapia por pressão negativa são para pacientes com osteomielite não tratada (infecções ósseas), vasos sanguíneos, órgãos expostos e tecido necrótico – neste último caso, desde que seja retirada a camada necrosada em centro cirúrgico é possível prescrever esse tratamento.
E como o 26 de junho também é o *Dia Nacional de Prevenção de Diabetes no Brasil*, a estomaterapeuta Larissa Tavares aproveita para chamar a atenção para esses pacientes. Isto porque, suas feridas evoluem com necrose extensa e processos infecciosos que podem levar à amputação de partes do corpo e outros membros. “A perda progressiva da sensibilidade nas extremidades inferiores faz com que os diabéticos não percebam pequenos traumas nos pés, podendo levar à uma úlcera crônica com menor potencial de cicatrização”, explica.
“*A terapia por pressão negativa tem que ser aplicada por um profissional especializado no cuidado com feridas e com treinamento e conhecimento da tecnologia. O ideal é que seja um enfermeiro estomaterapeuta ou enfermeiro dermatológico*”
*Larissa Tavares*
No Ceará, a Health & Safe é a empresa com DNA cearense que trouxe a tecnologia alemã Hartmann para o tratamento de lesões na pele. Treinada para atuar com essa tecnologia, a estomaterapeuta Larissa Tavares explica que o ciclo inicial recomendado é de 15 dias. A efetividade é avaliada a cada troca, levando em consideração também a resposta do corpo do paciente, sua nutrição, o sono e até mesmo o estado emocional, para, então, poder dar a tão esperada alta com o processo cicatricial concluído. “De maneira mais simples, a terapia de pressão negativa é um equipamento que faz uma pressão, uma pressão negativa, por isso o nome “terapia por pressão negativa”, na lesão.”
Ainda sobre o tratamento, a ser conduzido por um especialista, a pressão faz o vácuo, que puxa o ar de toda a lesão, comprime o material que está sendo utilizado para fazer essa ligação entre equipamento e lesão. Ou seja: comprime toda a espuma, que fica em contato com a ferida. Todo esse processo de vácuo, material utilizado na espuma e a pressão, faz um contexto diferenciado na lesão. “Ele estimula a granulação, a formação de novos vasos e faz com que essa cicatrização acelere”, esclarece Larissa.
O líquido que está em excesso, conhecido por exudato, pode retardar a cicatrização. Por isso, tem que estar em equilíbrio, de forma gerenciada. A ferida precisa da umidade, mas essa umidade não pode ser excessiva. Então, a terapia por pressão negativa faz essa sucção desse líquido em excesso e puxa para um reservatório que está conectado ao equipamento. O processo de terapia por pressão negativa é como se fosse um microambiente que é formado ali na ferida, que traz as condições ideais para que a própria recuperação do corpo seja eficaz, estimulando o próprio corpo a formar o ambiente ideal para o processo de cicatrização.
A estomaterapeuta Larissa Tavares atenta que o excesso de exudato ocasiona outros problemas, que também atrapalham a cicatrização, como a maceração de borda, que é quando a borda da ferida fica muito úmida. Por conta dessa umidade excessiva, as bordas da ferida não conseguem se aproximar e isso gera uma camada esbranquiçada, chamada de maceração. “Por isso que existe o tempo de troca de cada curativo e cada tecnologia tem a sua recomendação. O tempo de troca da terapia por pressão negativa são três dias, setenta e duas horas.
*Números*:
- O Ceará conta com aproximadamente *250 estomaterapeutas*
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