Sinal de alerta na agricultura cearense. Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas (IFAL) e da EMBRAPA Tabuleiro Costeiros identificaram, pela primeira vez, a presença de infestações do ácaro-vermelho-das-palmeiras (Raoiella indica Hirst) em carnaúbas do Ceará e de Alagoas. O estudo foi publicado recentemente no periódico Entomological Communications.
Esse tipo de animal provoca a necrose das folhas atingidas, reduzindo a produtividade das plantas. Ele tem chamado a atenção de estudiosos de diversas regiões devido a sua capacidade de dispersão. Até 2004, ele só era registrado no Hemisfério Oriental. Em 2009, aportou no Brasil e hoje já está espalhado por todas as regiões do País.
“A preocupação é que, no Hemisfério Oriental, foram relatados menos de 10 hospedeiros para ele. Quando chegou às Américas, e especialmente ao Brasil, foi se espalhando de forma assustadora. Mais de 100 espécies nativas já foram atacadas”, explica o Prof. José Wagner da Silva Melo, do Departamento de Fitotecnia da UFC, um dos autores do artigo.
O professor lembra que a cultura da carnaúba no Ceará é extrativista, com uma população de plantas já envelhecida. Apesar disso, ela tem forte impacto econômico e social e uso muito diversificado. “Se o ácaro-vermelho-das-palmeiras é um problema com coqueiros, que têm tratamento de cultivo mais desenvolvido, quanto se pode perder com uma cultura que é extrativista?”, questiona.
O alerta feito pelos pesquisadores da UFC é o tema da reportagem desta semana da Agência UFC, a plataforma de divulgação científica da Universidade Federal do Ceará. Os detalhes da matéria podem ser conferidos no site da Agência.
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