A Rússia criticou severamente hoje a decisão dos Estados Unidos de fornecer sistemas avançados de foguetes e munições à Ucrânia, alertando para um risco maior de confronto direto entre as duas superpotências.
O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, disse à agência de notícias estatal RIA Novosti que Moscou considera a ajuda militar dos EUA à Ucrânia "extremamente negativa".
Ele destacou o envio pelos EUA à Ucrânia do Sistema de Artilharia por Foguete de Alta Mobilidade (Himars, na sigla em inglês), um lançador de foguetes múltiplos que pode atingir com precisão alvos a longa distância.
Washington afirmou que incluiria o sistema em um pacote de ajuda militar de US$ 700 milhões, que deverá ser anunciado nesta quarta-feira. Altos funcionários do governo norte-americano disseram que a Ucrânia deu garantias de que o sistema não será usado contra alvos dentro da Rússia.
"Nós nos movemos rapidamente para enviar à Ucrânia quantidade significativa de armamento e munição, para que o país possa lutar no campo de batalha e estar na posição mais forte possível na mesa de negociações", escreveu o presidente dos EUA, Joe Biden, em artigo de opinião no The New York Times.
Quando questionado sobre a perspectiva de um confronto direto entre os EUA e a Rússia, Ryabkov disse que "qualquer carregamento de armas que continue, que esteja em ascensão, aumenta os riscos de tal desdobramento".
Ele culpou Washington pela escalada das hostilidades na Ucrânia, afirmando que "os Estados Unidos não fazem nada no interesse de encontrar algum tipo de solução. Foi exatamente o mesmo durante muitos anos antes do início da operação militar especial".
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, lançou o que a Rússia chama de "operação especial" em 24 de fevereiro para desarmar e "desnazificar" a Ucrânia. A Ucrânia e seus aliados ocidentais chamam isso de pretexto sem fundamento para uma guerra de agressão não provocada.
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