O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, manifestou, nesta terça-feira (31), preocupação com o papel da Organização das Nações Unidas (ONU) frente às guerras que vem assolando o mundo. Para ele, a ONU está enfraquecida diante de “um momento tão grave da humanidade”.
“Como pode as Nações Unidas estarem inertes, inermes, numa situação tão grave como a que nós estamos vivendo hoje? Eu posso falar um pouco pela minha idade, eu tenho praticamente 60 anos ligados à diplomacia, 82 quase de idade, eu raramente vi uma situação tão grave quanto esta no mundo. Mesmo na famosa crise dos mísseis de Cuba, em que realmente todos corremos riscos gravíssimos, acho que não havia uma disseminação do ódio e não havia uma polarização das mentes tão grave quanto há hoje”, disse o ex-chanceler brasileiro.
Segundo Amorim, o momento atual, com as guerras entre Israel e o Hamas e entre a Ucrânia e a Rússia, denota uma situação muito mais grave que a vivida na crise dos mísseis de Cuba.
“Eu acho que hoje nós vivemos uma situação muito mais grave, com uma multiplicidade de atores e com duas guerras que, de alguma maneira, se misturam. E ver a ONU enfraquecida é algo que realmente preocupa extremamente”, ressaltou.
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