Agência UFC: Aluno com paralisia cerebral cria dispositivos que permitem uso de computadores por pessoas com deficiência

 Francisco José Prado Júnior, aluno com paralisia cerebral recém-egresso do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de Computação (PPGEEC), em Sobral, criou três novas tecnologias para ajudar pessoas com deficiência que, assim como ele, enfrentam dificuldades no uso de computadores. Os dispositivos estão sendo aperfeiçoados e há perspectiva de comercialização dos inventos.

O desenvolvimento dos dispositivos foi feito em parceria com outros pesquisadores do Grupo de Tecnologias Assistivas e Educacionais (TAE), do Campus da UFC em Sobral. Trata-se de um mouse fabricado a partir de impressora 3D, um novo editor de textos e um dispositivo para servir de alternativa ao teclado convencional, todos eles com sistemas adaptados a pessoas com necessidades especiais.

Sistema de detecção de movimentos, constituído por uma espécie de bracelete elástico que é aplicado para substituir o teclado no controle do editor de texto (Foto: Divulgação)

As três tecnologias são complementares. O mouse facilita a navegação no computador por pessoas com mobilidade reduzida nos membros superiores. Mas, para digitar, essas pessoas encontram dificuldades em virtude da localização de algumas teclas e também pela exatidão necessária em pressionar a tecla com o caractere desejado. Para isso, foi criado um sistema para substituir o teclado convencional, utilizando um bracelete elástico com eletrodos, que detecta e classifica os movimentos da mão. Por fim, foi elaborado um editor de textos adaptado a esse sistema.

Uma das grandes vantagens do sistema, segundo aponta Alexandre Fernandes, professor do PPGEEC e orientador da pesquisa, é o fato de ele ser pouco invasivo, ou seja, como utiliza apenas sensores de superfície em braceletes elásticos, não há necessidade de introdução de agulhas nos músculos dos usuários, como ocorre em outras tecnologias já existentes. Outro ganho da tecnologia é o seu baixo custo. 

A matéria completa sobre a pesquisa está disponível na edição desta semana da Agência UFC, a plataforma de divulgação científica da Universidade Federal do Ceará.